A primeira reunião de negociação entre o movimento sindical e a Caixa Econômica Federal, para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) das empregadas e empregados do banco, será realizada nesta terça-feira (2). Serão tratados dois dos temas mais importantes para os trabalhadores: emprego e carreira.
“A sobrecarga tem elevado o adoecimento das empregadas e empregados da Caixa. Isso é consequência da redução do quadro de pessoal do banco, mas também do aumento no número de clientes e serviços. Precisamos tratar urgentemente sobre mais contratações”, disse o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Rafael de Castro.
Um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados de balanço do banco, aponta que, do final de 2014, quando o banco possuía 101.484 empregados, até o encerramento do primeiro trimestre de 2024, quando o quadro de pessoal chegou aos 86.794 empregados, houve uma queda 14.690 postos de trabalho, uma redução de 14,5%. Neste mesmo período, o número total de contas bancárias na Caixa rumou em sentido inverso. Saltou de 84,9 milhões para 233,3 milhões, crescimento de quase 175%.
Os afastamentos para tratamento de saúde, por questões relacionadas diretamente ao trabalho (B91), aumentaram de 401 afastamentos em 2014, para 524 afastamentos em 2022, segundo levantamento do Dieese, elaborado com base em dados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Na comparação com os demais trabalhadores a incidência de afastamentos das empregadas e empregados da Caixa chega a quase o dobro. No mercado de trabalho em geral a incidência de afastamentos é de 3,1/1000 trabalhadores. Na Caixa, a incidência é de 6/1000.
“Vamos tratar das questões que afetam a saúde das empregadas e empregados em outra reunião, mas esse dado é importante para mostrarmos que a sobrecarga, que é uma das causas do adoecimento, precisa ser resolvida. Não podemos permitir que o excesso de trabalho e a falta de pessoal afetem a saúde das nossas colegas e nossos colegas”, explicou a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil.
O artigo 67 da minuta de reivindicações específicas das empregadas e empregados para a Caixa trata sobre as contratações. A reivindicação é para que o banco contrate mais 20 mil empregados até 2026.
Mas, para a representação sindical das empregadas e empregados, além de mais contratações, muita coisa precisa melhorar para quem já trabalha no banco. “Precisamos falar também sobre a ascensão na carreira dos empregados que já estão na Caixa”, disse Rafael de Castro. “A Caixa precisa retomar a nomeação efetiva de função. Também queremos discutir sobre os processos de seleção interna (PSI), fim dos descomissionamentos arbitrários, os programas de avaliação de desempenho e a promoção por mérito”, completou.
Na minuta de reivindicações, o artigo 4º trata sobre a designação de função; o 64 sobre a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para debater os processos de seleção interna; o 65 sobre ascensão na carreira; o 66 do fim dos descomissionamentos arbitrários; o 71 sobre os programas de avaliação de desempenho; e o 55 sobre promoção por mérito.
A primeira reunião de negociação para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) das empregadas e empregados da Caixa será realizada nesta terça-feira (2), logo após o encerramento da reunião do Comando Nacional dos Bancários com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para negociação da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária (veja o calendário de negociações entre o Comando e a Fenaban).
“As negociações com a Caixa serão realizadas sempre desta forma, logo após da reunião do Comando com a Fenaban. Quando der para realizar no mesmo dia, será no mesmo dia. Quando não der, será no dia seguinte”, explicou o coordenador da CEE.
A próxima reunião está prevista para o dia 11. O tema a ser tratado ainda não está definido.
Fonte: Contraf-CUT