Seguindo a orientação do Comando Nacional, os empregados da Caixa das bases da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) aprovaram estado de greve nas assembleias virtuais realizadas nesta quinta 22 e decidiram participar da paralisação de 24 horas na próxima terça-feira, 27. Essa foi a resposta dos empregados aos sucessivos ataques da Caixa, tanto contra a própria instituição pública quanto aos direitos dos trabalhadores.
Entre uma série de fatores, a mobilização é motivada principalmente pela forma acintosa com que a direção do banco tem tratado os empregados, que são linha de frente no atendimento à população nesta que é a maior crise sanitária, social e econômica do último século. Os bancários cobram melhores condições de trabalho e a PLR Social.
Mas o movimento é também contra as tentativas de privatização do banco. O governo Bolsonaro pretende abrir o capital de uma das operações mais rentáveis da instituição, a Caixa Seguridade, no dia 29 de abril, e pressiona a Caixa pela devolução dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs), que são contratos feitos junto ao Tesouro Nacional que capitalizam o banco e permitem a ampliação da oferta de crédito, a diminuição da taxa de juros e o aumento da sua capacidade em investimentos na habitação, saneamento e infraestrutura, por exemplo.
“Agora é o momento em que a categoria faz sentir seu descontentamento”, alerta Antonio Abdan, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE Caixa). “Diversas ações já foram feitas pelas entidades sindicais junto à empresa, através dos representantes dos empregados, através da interlocução junto a parlamentares e até nos órgãos competentes, como é o caso da CVM.”
Acrescenta Abdan, também diretor do Seeb Brasília: “Agora é a vez dos empregados se manifestarem parando suas atividades por uma Caixa 100% pública, pelo reconhecimento de que os bancários são linha de frente no atendimento à população – e por isso precisam ser priorizados no Programa Nacional de Imunizaçã – e pelo cumprimento do ACT, no que se refere a PLR Social”.
1. A venda de ações da Caixa Seguridade consolida o projeto de privatização da Caixa Econômica em partes, abrindo mão de importantes ativos do banco.
2. A Caixa quer transformar os empregados em cúmplices da privatização. A estratégia é seduzir o bancário a comprar ações e transformá-lo em agentes da privatização da própria empresa.
3. Comprando ações, o empregado contribuirá para fechar o seu próprio posto de trabalho. Ou seja, fica com as ações, mas perde o emprego.
4. A privatização da Caixa compromete o futuro de outros patrimônios dos empregados, como o Saúde Caixa e a Funcef.
5. O banco ainda está aproveitando o momento para impor metas. Cada agência deve vender parte das 450 milhões de ações a serem abertas na bolsa no dia 29 de abril. Ou seja, como acionistas, os bancários serão reféns da própria exploração.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Seeb Brasília e Seeb Rio