Os empregados da Caixa Econômica Federal aprovaram Estado de Greve e deliberaram uma paralisação por tempo determinado prevista para a próxima terça-feira (27/4), em todo o País, em protesto contra os ataques contra o banco e direitos históricos dos trabalhadores
Em Mato Grosso, o estado de greve foi aprovado por 76.32% dos votos, apenas 8 votaram não e houve 1 abstenção. A decisão foi tomada em assembleia virtual realizada ontem, quinta-feira, 22 de abril, que começou às 8h e foi encerrada às 20 horas.
De acordo com o secretário de finanças do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb/MT) e presidente Associação dos Empregados da Caixa (Apcef-MT), John Gordon Ramsay, a decisão foi uma resposta dos bancários ao anúncio da direção da empresa de vender ações do banco, que junto com o desmonte imposto pela direção é um passo largo para a privatização da Caixa, e em defesa do pagamento de uma PLR Social Justa a todos os funcionários.“É um alerta que a qualquer momento poderemos deflagrar uma greve”, frisou o Secretário de Finanças do Seeb/MT.
“O governo Bolsonaro está destruindo o país. Vemos, mais claramente, o que está acontecendo nas áreas da saúde e do meio ambiente, mas, apesar de não haver tanto destaque na mídia, a mesma destruição ocorre com relação aos direitos dos trabalhadores e ao patrimônio público”, afirmou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “É justamente contra a tentativa de vender a Caixa a troco de bananas e contra o massacre pelo qual vem passando os empregados, que se arriscam e muitos dão suas próprias vidas para atender as pessoas que precisam receber o Auxílio Emergencial e outros tantos benefícios pagos pela Caixa que estamos decretando o estado de greve e vamos paralisar as atividades na próxima terça-feira”, completou.
Privatização e desmonte da Caixa
Segundo o presidente do Seeb/MT, Clodoaldo Barbosa, a decisão tomada pelos empregados da Caixa, nesta quinta-feira, é o que eles chamam de privatização fatiada, ou venda disfarçada do único banco 100% público do país. O mais novo alvo do governo Bolsonaro e de seu ministro Paulo Guedes é a Caixa Seguridade, que terá seu capital aberto na próxima quinta-feira (29). “Isso irá descapitalização o banco e tirará uma das suas fontes de receita”, explicou o presidente do Seeb/MT.
Para o diretor do Seeb/MT e empregado da Caixa, Luiz Edwiges, a mobilização é o único caminho que temos para denunciar a venda de fatias do banco 100% público, que acontece com a precificação do IPO da Caixa Seguridade, primeiro passo para a privatização da empresa pública. “Somos nós, empregados da Caixa e usuários deste banco público que precisamos defender o caráter social da Caixa. Precisamos convencer a população que é prejudicial ao país, a privatização da instituição. A participação de todos é fundamental para fortalecer a Caixa", avalia o diretor do Sindicato, ressaltando que a mobilização também visa cobrar melhores condições de trabalho e vacinação para todo os bancários.
Fonte – Redação Seeb/MT, com Informações da Contraf-CUT