A dificuldade das pessoas para conseguirem fazer um transplante de medula, fila cuja estatística é de um caso compatível a cada mil doadores no Brasil, está sendo vivida de perto por Melissa Manzutti, gerente da Caixa Econômica Federal de Jundiaí (SP), empregada da Caixa há 16 anos. Fernanda Manzutti, de 11 anos, filha de Melissa, é portadora de leucemia linfóide aguda e precisa urgentemente do transplante.
O Sindicato dos Bancários de Jundiaí encampou a campanha de conscientização, que ainda é apoiada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pela Federação Nacional das Associações da Caixa Econômica Federal (Fenae), para incentivar a inscrição das pessoas como doadoras. O apelo se estende nacionalmente a todos que puderem se puderem se tornar doadores de medula. Hoje, conforme informações científicas, existem 80 doenças que podem ser tratadas por meio do transplante de medula. A de Fernanda é uma dessas.
Melissa contou que ela e o marido descobriram a doença da filha em fevereiro passado. Em seguida foi iniciado o tratamento, no hospital Pitangueiras, de Jundiaí. Realizado todo o tratamento, aguardou-se um período para exames de manutenção e foram esses exames que detectaram retorno da leucemia, quando os médicos comunicaram à família sobre a necessidade de ser feito o transplante.
Atualmente, Fernanda tem ido à cidade de São Paulo com a família todos os meses para dar continuidade ao tratamento, no Hospital São Luiz, da Rede D’Or, onde costuma ficar hospitalizada por uma semana.
“A única chance para nós, não apenas para Fernanda, é que as pessoas se inscrevam como voluntárias para serem doadoras de medula. A compatibilidade é muito difícil e quanto mais pessoas forem incluídas nesta rede, mais ajudará as pessoas com doenças que precisam do transplante.”, afirmou Melissa.
“Faço aqui um apelo para quem puder ajudar. O cadastro pode ser feito no hemocentro de qualquer cidade do País”, acrescentou a bancária. No transplante de medula óssea, as células do sangue defeituosas (doentes), desenvolvidas na medula, são substituídas por células novas e saudáveis. Elas podem ser advindas do próprio paciente (transplante autólogo) ou de um doador compatível, que pode ser aparentado ou não – este último, o caso possível para Fernanda, que não tem parentes compatíveis.
Para determinar a compatibilidade do doador com o paciente, são realizados testes laboratoriais, principalmente o HLA (Antígeno de Histocompatibilidade Leucocitária)
Quem tiver interesse e puder ser um doador de medula deve acionar o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea no site https://redome.inca.gov.br e tomar conhecimento de todo o processo, que é muito simples.
Para fazer a doação é preciso retirar apenas 5 ml de sangue. A partir dessa coleta, são feitos testes para compatibilidade e os dados entram no banco de dados nacional. Se houver compatibilidade com algum paciente, a pessoa é chamada para doação de medula óssea.
Os requisitos básicos para fazer uma doação de medula óssea são: ter entre 18 e 55 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doenças infecciosas ou incapacitantes, doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.