Com apenas 6 bancários e bancárias; sendo que um foi cedido de Breu Branco, depois do afastamento de um funcionário da agência Cametá, com suspeita de covid-19, além do gerente que faz parte do grupo de risco e está em home office; em um único dia, a média de atendimento é de 1600 pessoas por dia no município do Baixo Tocantins.
A agência abre às 8h, mas bem antes desse horário, clientes e usuários de comunidades próximas pegam uma senha para o atendimento que precisam e, sentados, aguardam a vez em uma espécie de ginásio, cedido pela prefeitura de Cametá em parceria com o dono do imóvel.
“O local é amplo, mas não há ventiladores e embora as pessoas estejam sentadas e de máscaras, nem todo dia é possível manter a distância mínima necessária em tempos de pandemia. Caso contrário, algumas delas terão que aguardar embaixo de um sol quente, em pé e na rua; além disso, não vimos álcool em gel disponível, como outra medida de prevenção contra a covid-19. Resolve-se um problema em detrimento de outro ainda maior”, observa o diretor do Sindicato, Gilmar Santos.
A ‘sala’ de espera fica bem próxima à agência da Caixa, passando a porta-giratória de segurança, a realidade dentro, é bem diferente, inclusive do autoatendimento onde há uma pequena aglomeração para acessar os caixas eletrônicos.
No interior da unidade, bancários, segurança, terceirizados, clientes e usuários de máscara, o distanciamento é respeitado, e há álcool em gel em vários pontos acessível a todos e todas.
“Essas medidas foram frutos de várias mesas de negociação permanente nessa pandemia com a Fenaban em prol da saúde da categoria, bem como a instituição de vários protocolos a serem seguidos em casos suspeitos ou confirmados, além do teletrabalho de todos que fazem parte do grupo de risco. Aliás, o funcionalismo da Caixa, em especial, faz parte da linha de frente nessa crise sanitária e humanitária, mas isso não significa que são heróis ou heroínas, muitos têm adoecido emocionalmente, além do excesso da jornada de trabalho, mas todos esses problemas têm sido pauta constante nas mesas de negociação”, destaca a dirigente sindical, Suzana Gaia.
A visita dos dois diretores do Sindicato aconteceu um dia após ao ataque ao Banco do Brasil de Cametá que terminou com a morte de um refém, Alessandro Lopes, de 25 anos.
“Percorremos todas as agências bancárias da cidade para conversar pessoalmente com os bancários e bancárias para saber o sentimento deles com a tentativa de assalto que causou pânico em toda a cidade. Além de orientá-los caso apresentassem algum tipo de sintoma psicológico, nos colocamos também à disposição de todos e todas para qualquer tipo de atendimento. Aproveitamos também para verificar in loco se as medidas de prevenção à covid-19 estão sendo devidamente cumpridas”, explica Gilmar Santos.
Segundo o último boletim epidemiológico, divulgado às 18h, deste domingo (6), pela Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), em Cametá e região, já são 5.316 casos confirmados, 100 óbitos e 5.092 pacientes recuperados. A cidade ocupa a sétima posição dos municípios paraenses com mais casos confirmados da covid-19.
A última atualização de casos, no site da Prefeitura, é de 12 de agosto.
Fonte: Bancários PA com Sespa