Os empregados e as empregadas da Caixa Econômica Federal estão a menos de três semanas de um gesto em urna, no segundo turno da eleição presidencial, que, a depender da opção feita, apontará para a Caixa caminhos diametralmente opostos: o do resgate da instituição pública, a serviço do país e de sua gente, ou o da aceleração da marcha do desmonte da empresa e do processo de privatização já em curso.
“É inquestionável que os dois projetos de país em disputa na eleição presidencial de 30 de outubro são opções que impactam de formas completamente distintas o destino da Caixa, com implicações profundas na sua estrutura e no seu papel de banco público, no modelo de gestão, na carreira e na vida de seus trabalhadores e trabalhadoras”, diz Antonio Abdan, secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Brasília e também membro da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE-Caixa).
O atual governo vem promovendo o aniquilamento da Caixa com a venda de ativos, casos da Caixa Seguridade e da Lotex. Empresas como a Habitar e o Banco Digital foram criadas para serem, em seguida, entregues à iniciativa privada. A drástica redução do quadro de pessoal da Caixa (cerca de 20 mil empregados nos últimos cinco anos), a imposição de metas abusivas, o ostensivo assédio moral, o desrespeito à jornada de trabalho e os ataques aos direitos dos trabalhadores, incluindo a assistência à saúde e a previdência complementar, complementam e reforçam a marcha do desmonte e da privatização ditada por Bolsonaro.
Na triste e ameaçadora situação em que se encontra, a Caixa convive ainda com crimes cometidos a partir de seu alto comando, ao ponto de um presidente ter que deixar o cargo por prática de assédio sexual, assédio moral e toda sorte de abusos. Crimes, aliás, ainda sem apuração adequada e conclusiva, muito distantes de serem devidamente punidos.
“Estou certo de que nós, bancários e bancárias, votaremos em 30 de outubro guiados pelo desejo de mudança no comando do país, em defesa da Caixa 100% pública, agente e indutora de políticas sociais e do desenvolvimento econômico sustentável, e pela defesa de nossos direitos, nossas conquistas e nossas reivindicações. Será o resgate de um Brasil solidário, humano, que, para superar todo estado de coisas lamentáveis verificadas, como o retorno da fome e da miséria, terá em instituições como a Caixa, no preparo e compromisso de seus empregados, a ferramenta que permitirá ao país voltar a crescer de forma sustentável e com distribuição de renda”, pontua Antonio Abdan.
Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília