Em meio à mais grave crise pandêmica dos últimos tempos, a Caixa Econômica Federal se mostrou gigante em todo o país e presente na vida de mais da metade da população brasileira. O banco público se mostrou essencial na vida de milhões de brasileiros e até ampliou postos de atendimento. Mas, ao mesmo tempo que aumenta o seu alcance, aumenta também a necessidade de novas contratações.
“A dimensão do banco público pode ser vista na prática, diante deste momento de extrema dificuldade, a Caixa alcançou milhões de brasileiros e muitos que se encontravam na invisibilidade. E tudo isso só foi possível pelo trabalho dos mais de 81 mil empregados, que não medem esforços para fazer chegar o banco público em lugares onde nenhum outro banco chega, especialmente por não ter interesse”, afirmou o presidente Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto.
De acordo com os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Caixa encerrou o 1º trimestre de 2021 com 81.876 empregados, com fechamento de 2.943 postos de trabalho em doze meses, influenciado pelo Programa de Desligamento Voluntário (PDV).
Por outro lado, a Caixa registrou incremento de aproximadamente 42,4 milhões de novos clientes. Ou seja, o número de clientes por empregado, em 2007, tinha a média de 575,7 correntistas por empregado. Já no primeiro trimestre deste ano, a média subiu assustadoramente para 1.780 clientes por empregado, um aumento de mais de 300%.
“É uma matemática desumana, tendo em vista os novos milhões de brasileiros sendo atendidos por um número bem menor de empregados. A necessidade de novas contratações é urgente. Os empregados da Caixa estão sobrecarregados e sabem da sua responsabilidade e do papel fundamental que a Caixa representa para os cidadãos brasileiros”, destacou Takemoto.
Com um propósito diferente dos bancos privados, a Caixa é a maior articuladora de políticas públicas, de inclusão social, serviços e cidadania. O banco público atendeu mais de 100 milhões de brasileiros por meio do pagamento dos auxílios emergenciais.
Para Ana Carolina Duarte Brilhante, moradora do Rio Grande do Norte, de 39 anos, o auxílio emergencial proporcionou a sobrevivência do dia a dia. “Nunca vivemos dias tão difíceis como os atuais. No momento em que várias portas se fecharam, o auxílio emergencial, que cai na conta do Caixa Tem, está sendo responsável por garantir as coisas mais básicas, o alimento e o aluguel. Sou trabalhadora informal e os meses que fiquei sem esta ajuda, precisei de ajuda dos familiares. Por isso, estamos sofrendo com a diminuição do valor e acredito que ele deve permanecer até quando tudo isso passar”, disse Ana.
Segundo a coordenadora da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara, o banco público sozinho, garantiu comida na mesa dos brasileiros e brasileiras de todo o país, mas a grandeza deste trabalho não está sendo reconhecida pela atual gestão da estatal. “Os colegas da Caixa reconhecem o papel do banco para combater a desigualdade e a injustiça social. Os empregados arriscam suas vidas e de seus familiares porque sabem da importância do auxílio emergencial para a vida das pessoas. É um trabalho gigantesco e que não pode ser explorado de forma desumana. Os empregados merecem respeito e o aumento do quadro de funcionários é necessário para diminuir o estresse e o adoecimento da categoria”, avalia a dirigente.
Tema de audiência pública
A contratação de mais empregados para o banco público foi o tema de audiência pública, do dia 12 de abril de 2021. Na avaliação dos parlamentares e representantes dos empregados da Caixa, a redução de funcionários faz parte da política de desmonte adotada pelo governo federal, a fim de justificar a privatização da empresa, que tem sido essencial durante todo o período pandêmico causado pela Covid-19. Na ocasião, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães não compareceu para esclarecer o desmantelamento da estatal.
De acordo com a Fenae, de 2014 para cá, a Caixa perdeu mais de 20 mil empregados e as contratações anunciadas recentemente pela direção do banco não repõem nem 15% desse déficit. “Não basta anunciar a abertura de centenas de agências, é preciso mostrar soluções para suprir o déficit de empregados”, disse Takemoto.
Número de empregados não supre a demanda
De acordo com dados divulgados pela Caixa, o banco ampliou 130 novas unidades, em 128 municípios diferentes. Com a expansão da rede, a Caixa vai atuar em todos os municípios com mais de 40 mil habitantes. Serão, no total, 4,3 mil unidades próprias, entre agências e unidades especializadas de atendimento. A Caixa conta, ainda, com 8.985 correspondentes Caixa Aqui; 13.226 unidades lotéricas, 2 agências-barco e 8 agências-caminhão.
Entre as unidades de atendimento, 43 estarão no Nordeste, 33 na região Norte, 20 no Centro-Oeste, 20 no Sudeste e 14 na região Sul. Já as unidades especializadas no agronegócio, 18 estarão no Centro-Oeste, 12 no Sudeste, 12 no Sul, 5 no Nordeste e 4 na região Norte.
Fonte: Fenae