O Grupo de Trabalho de Promoção por Mérito da Caixa Econômica Federal voltou a se reunir, nesta terça-feira (27), para dar continuidade às negociações iniciadas na semana passada, para definição dos critérios para pagamento dos deltas do período 2023-2024 às empregadas e empregados do banco. Os critérios são debatidos todos os anos pelo GT formado por representantes do banco e dos trabalhadores. O banco apresentou os dados do pagamento dos deltas referentes a 2022, recebidos pelos trabalhadores no ano corrente.
“Ainda estamos no início dos debates que, neste ano, conseguimos realizar com mais antecedência, o que vai permitir que as empregadas e empregados tenham mais tempo para conquistar os objetivos que forem definidos”, explicou o coordenador da representação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), João Paulo Pierozan. “Pedimos que o banco nos apresentasse os dados do pagamento efetuado neste ano para que a gente pudesse balizar as reivindicações de mudanças, mas ressaltamos que é importante que a Caixa traga também informações sobre a proporção de utilização do teto limite para que a gente consiga avaliar melhor e veja a possibilidade de ampliação dos valores pagos aos empregados”, completou.
Todos as empregadas e empregados que cumpriram os critérios definidos receberam um delta referente à promoção por mérito de 2022. Foram excluídos quem trabalhou menos do que 180 dias em 2022 (1.752 empregados); que tinham alguma penalidade de suspensão (79); registro de censura ética (1); teve uma ou mais falta injustificada (718); ou estavam com contrato de trabalho suspenso na data do pagamento (139). Os 3.446 empregados que chegaram ao teto da carreira não recebem o delta distribuído linearmente a todos os demais. Alegando problemas de orçamento, em 2023 a Caixa distribuiu apenas um delta linearmente e não distribuiu o segundo delta da promoção por mérito de 2022.
Entre todos que receberam a promoção, 6% eram chefes de unidade, 24% de média gestão, 45% de função técnica e 25% sem função gratificada. Com relação ao local de trabalho, 72% dos que receberam trabalham na rede de agências, 20% em filiais e 8% na matriz.
A Caixa realizou algumas pesquisas no mercado para saber como são feitas as promoções por mérito em outras empresas e apontou algumas das premissas utilizadas, como:
Após a apresentação da análise do mercado, o banco apontou algumas inspirações que podem ser utilizadas na promoção por mérito da Caixa, entre elas:
A representante da Federação dos Bancários do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Luiza Hansen, observou que, em muitas agências da rede, a busca pelo desenvolvimento profissional é dificultada pela indisponibilidade de horário para a realização de cursos da Universidade Caixa, por exemplo. “É preciso que as pessoas tenham como buscar esse desenvolvimento. Na prática, as pessoas não têm como usar o tempo destinado à formação, pois o atendimento é muito pesado nas agências, principalmente nas afastadas, da periferia”, disse. “Sei que isso passa por outras questões, como a necessidade de contratações, mas estamos aqui discutindo os critérios para a avaliação de mérito e essa dificuldade não pode ser desconsiderada”, completou.
Os trabalhadores lembraram também de outro ponto já trazido na reunião passada, com relação ao atendimento não comercial, principalmente relacionado aos programas de benefícios sociais do Governo Federal.
“A valorização do atendimento também faz parte deste novo projeto de banco mais humanizado. Não significa que devemos abrir mão da necessidade de autossustentação da Caixa. Mas, não podemos nos esquecer que existe um grupo de empregados atendendo o social para que os demais consigam bater as metas. Quem cumpre a tarefa social do banco não pode ser prejudicado”, reforçou a representante da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Vanessa Sobreira.
A próxima reunião ficou agendada para o dia 13 de julho, às 10h30.
Fonte: Contraf-CUT