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7 de Agosto de 2021 às 15:05

A defesa da Caixa precisa ser ampliada para o Congresso Nacional e para toda a sociedade

No 37º Conecef, deputada Erika Kokay alerta que a Caixa está sendo privatizada pelas suas subsidiárias e pela criação de um banco digital


O painel a Caixa e seus empregados e a defesa no Congresso Nacional e na Sociedade abriu os trabalhos da tarde do 37º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), evento online realizado neste sábado (7).

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) fez uma análise de conjuntura sobre a triste realidade política do país. “O governo constrói uma narrativa falsa que substitui a própria realidade. É a negação dos fatos. Nesta narrativa só cabem aqueles que estão de acordo com ela. Ou seja, o governo só reconhece o outro que são espelhos da sua forma de agir e pensar. Nós estamos vivendo uma ruptura da democracia. O governo está testando o poder das instituições e gerando rasgos na democracia. É um governo cheio de clandestinidades. É uma proposta que visa enfrentar diariamente a democracia.”

Para Erika, Bolsonaro é uma fraude. “Sua eleição foi construída em cima da prisão de Luiz Inácio de Lula da Silva e em cima de um golpe. Nós temos um governo que está à mercê do capitalismo improdutivo, nas mãos do sistema financeiro, não há qualquer projeto de desenvolvimento nacional no Brasil.”

Até por isso, segundo a deputada, a Caixa também está sendo vítima de uma profunda fraude. “O discurso que é feito pelo presidente da Caixa e pelo presidente da República diz que eles são contra a privatização, mas a Caixa está sendo privatizada pelas suas subsidiárias e pela criação de um banco digital. A caixa está sendo privatizada com um discurso dos parlamentares e do governo de que a Caixa não será privatizada. A caixa está sendo privatizada com o discurso muito covarde. Aliás, o discurso do ódio é muito covarde.”

Erika Kokay classifica a venda de ativos nacionais em um momento de pandemia como crime. “Neste exato momento, você tem um governo que vai elaborando as suas ações para se desfazer das suas empresas. Cheio de interesses escusos. É um escândalo o que está acontecendo neste país. É uma destruição da soberania e a destruição da soberania nacional destrói um país. Portanto, estamos vivenciando a destruição de um país a passos largos. Estamos vivenciando um dos mais profundos ataques de uma concepção de Estado.”

Ela lamentou o fato de sermos governados por um governo que é refém do mercado, refém do Centrão e refém dos fundamentalistas, que vai trabalhar para entregar partes do país para esses segmentos para poder se manter. “É um governo que prepara nitidamente um golpe, porque sabe que perderá nitidamente as eleições. Nos cabe, dentre outras coisas, defender as nossas empresas, denunciar a privatização da Caixa que está em curso, que eles negam porque são covardes. É preciso construir a defesa da Caixa, a defesa dos bancos públicos e construir a luta pela democracia, pela liberdade e pela existência das eleições em todos os cantos desse país.”

Importância dos empregados para a luta

Na sequência, Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal, garantiu que os empregados da Caixa podem ser peça fundamental nesta luta. “Nós, empregados da Caixa, viemos fazendo história ao longo dos anos. Se o banco hoje ainda se mantém público é porque nós, as entidades sindicais, as entidades associativas, empunhamos a bandeira da defesa da instituição. Este compromisso se mostrou presente, mais do que nunca, agora na pandemia quando os empregados da Caixa, mesmo sob risco de contágio, sob pressão da direção do banco, pressão da impressa, pressão social, foram para a linha de frente atender milhões de brasileiros desamparados pela crise social e econômica que vem abatendo o país. Esse momento difícil consolidou o fato de que é necessário para o Estado ter instituições públicas de porte”, afirmou.

Rita afirmou que hoje no Brasil, infelizmente, há um processo de destruição do patrimônio público, destruição das políticas públicas, de desrespeito à vida. “Cabe a nós neste nosso congresso não só avaliarmos como nós enquanto empregados da Caixa iremos nos organizar para defender nossos direitos, como o Saúde Caixa, Funcef, melhorar as condições de trabalho, mas cabe a nós fazermos uma reflexão como cidadãos e cidadãs: afinal, que Brasil queremos para o futuro? Que Caixa queremos para o futuro? Nós queremos um Brasil onde a miséria e o desemprego tome conta, ou nós queremos um país onde as pessoas têm o direito a serem felizes, terem o que comer. Nós queremos um banco que execute políticas idênticas aos bancos privados ou nós queremos um banco que vá além e mantenha seu foco na organização também da melhoria de vida da população através de investimentos em habitação, em saneamento e amplie suas possibilidades de continuar cumprindo um papel fundamental para o país?”, questionou.

Para a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, o futuro é maior que nosso presente. “Não podemos baixar a cabeça, não podemos perder nossa autoestima. A história provou e vou repetir que se hoje a Caixa se mantém púbica, se hoje temos uma Convenção Coletiva de Trabalho Nacional, um Acordo Nacional que garante direitos, é porque, ao longo dos anos, nós trabalhadores, as entidades sindicais e associativas estiveram na linha de frente, batalhando para que chegássemos a esse momento com conquistas que não podem ser perdidas. Então, vamos aqui fazer a nossa parte, refletir, definir ações para que a Caixa se mantenha íntegra, focada no desenvolvimento do país, com garantia aos direitos dos seus empregados e prestadores de serviços, mas também pensar, como já disse aqui, que país queremos? Nós temos o poder de mudar as coisas e precisamos acreditar nisso”, finalizou.


Fonte: Contraf-CUT


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