Em negociação ocorrida nesta quinta-feira (12), o Sindicato conquistou a manutenção do atual modelo de PLR para os funcionários do BRB a vigorar em todo o ano de 2020. O banco havia demonstrado a intenção de alterar o modelo, mas o Sindicato manteve a firme posição de que não aceitaria nenhum retrocesso.
A direção do BRB propôs promover alterações no texto, como a inclusão de tópicos, se necessário, para se resguardar de eventuais questionamentos do Tribunal de Contas, em caso de erros que possam ocorrer no balanço. A proposta de adaptação do texto será materializada pelo banco e apreciada pelo Sindicato em novos encontros entre as partes.
O BRB tem o melhor modelo de PLR entre todos os bancos, pois ele permite a distribuição de até 20% do lucro líquido, conforme ocorreu no pagamento referente ao segundo semestre de 2019. Os demais bancos têm um modelo que limita a distribuição a 15% do lucro líquido, sendo que, na prática, distribuem em torno de 10%.
Outro aspecto positivo é a garantia de distribuição de 60% de forma linear, o que garante uma PLR mais robusta para os menores salários, um dos pontos que o banco queria alterar. Outro ponto importante é o que garante a distribuição da parte variável a todas as unidades que alcancem, individualmente, a partir de 90% das metas definidas.
“Foi um avanço manter esse modelo. O banco defendia a alteração para um modelo que se aproximasse do que se pratica no sistema, o que significaria a redução da possibilidade de ganhos dos bancários do BRB. Em um momento de grandes ataques à classe trabalhadora, isso é um grande ganho”, defende Alexandre Assis, diretor do Sindicato.
Na negociação, foram também abordados os seguintes assuntos:
Coronavírus
O Sindicato cobrou do banco iniciativas que protejam os bancários de possível exposição ao coronavírus (Covid-19), sobretudo os funcionários de agências que funcionam dentro ou nas proximidades de hospitais.
O banco divulgou comunicado pelas redes sociais no qual informa que vem adotando “medidas preventivas com o objetivo de preservar a integridade de todos que constituem a família BRB”. A mensagem diz ainda que o banco está “seguindo o protocolo do Ministério da Saúde e, ainda, trabalhando em parceria com o Saúde BRB para monitoramento e apoio aos colaboradores.
“Colocamos à disposição os telefones da Gevit e da Saúde BRB para orientações: Gevit – 3412-8770 / 8693 / whatsaap – 99655-1217. Saúde BRB – 3029-6363”, diz a nota.
O Sindicato considera importante as iniciativas, porém insuficientes, especialmente nas agências, cujo fluxo de pessoas é constante, sem contar que diversos empregados dessas unidades têm de manusear documentos e numerário.
O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, encaminhou a todos os bancos, na manhã desta quinta-feira, requerimento de suspensão das atividades bancárias e a adoção de plano abrangente com as medidas necessárias de enfrentamento dessa situação de pandemia, a fim de preservar a saúde das bancárias, dos bancários, demais trabalhadores e de suas famílias, e dos clientes e usuários.
“O Sindicato considera que as atividades bancárias de atendimento ao público e as concentrações administrativas se enquadram nas situações de risco apontadas pelo decreto do Governo do Distrito Federal, editado pelo governador Ibaneis, que determinou a suspensão de toda atividade que possa aglomerar muitas pessoas”, comenta Ronaldo Lustosa, diretor do Sindicato.
Intervalo intrajornada
O Sindicato propôs ao banco a instalação de mesa de negociação específica para tratar de intervalo para descanso, quando da extrapolação da jornada de trabalho, em razão de falta de pessoal nas unidades, especialmente de caixas e escriturários. O objetivo é assegurar o descanso adequado aos empregados, preservando o bom atendimento das unidades.
Situação nebulosa na área de tecnologia
O Sindicato considera nebulosa a situação instalada na área de tecnologia do banco com o fim do contrato com a empresa Engesoftware – Tecnologia S.A. e a ausência de uma empresa substituta, em razão de licitação inconclusa.
O contrato se encerrou no dia 11 de março e o banco ficou sem prestadora de serviços, colocando em perigo os serviços de produção da instituição – uma situação extremamente preocupante com alto risco de imagem para o banco, portanto. Segundo denúncias recebidas pelo Sindicato, os funcionários estão sendo pressionados a assumirem os serviços que seriam prestados por uma terceirizada, sem que tenham feito treinamento adequado. Também, e não menos importante, é o sofrimento psicológico pelo qual estão passando os trabalhadores lotados na produção da Ditec, principalmente na empresa prestadora, que poderia ter sido evitado caso a contratação não estivesse em atraso.
“Isso é algo inexplicável e inaceitável, sobretudo quando se sabe que o banco pagou R$ 2 milhões à IBM por um projeto da área de tecnologia, que previa treinamento aos funcionários e isso acabou não acontecendo como deveria, conforme relato dos funcionários da TI”, diz o diretor do Sindicato Antônio Eustáquio.
Da Redação