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6 de Novembro de 2023 às 07:42

BRB: Os Abutres, a Abadia, o Trono e a Armada – plenária à vista!


É de conhecimento de toda a sociedade do DF que nos últimos dias o BRB tem sido atacado como instituição por um veículo de mídia de grande fama e circulação. E é de conhecimento de boa parte dos empregados de carreira do banco a motivação por trás disso. Tão natural quanto a água mineral do Parque Nacional de Brasília é a reação dos jogadores responsáveis pelos resultados da nossa amada instituição financeira não mais tão local. A formação de defesa de si próprio disfarçada de defesa da empresa. Estas falas, reproduzidas nas imagens acima, são o fato motivador dos questionamentos abaixo.

Sobre a Abadia:

A Lei Orgânica do Distrito Federal – LODF permite que sejam solicitadas informações à administração acerca dos contratos e convênios celebrados pela entidade, salvo quando a lei, no interesse da administração, impuser sigilo. No entanto, o incauto pode questionar: o sigilo bancário seria um impeditivo de se obter essa informação? A resposta é clara: Não!

O sigilo bancário, no Brasil, corresponde à obrigação imposta às instituições financeiras de “conservar sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados” (art. 1º da Lei Complementar nº 105/2001). De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal – STF, o sigilo bancário protege interesses privados. É uma espécie de direito à privacidade, inerente à personalidade das pessoas e tem a finalidade de ordem pública, qual seja, a de proteção do sistema de crédito. Portanto, atos e contratos administrativos não seriam alcançados pelo sigilo bancário. Há algum movimento da associação de minoritários ASAMINC-BRB e da ANEABRB no sentido de esclarecer como as parcerias foram realizadas? Nunca se deve esquecer que o BRB é uma sociedade de economia mista e seus atos devem obedecer ao princípio constitucional da publicidade, logo, os contratos/convênios poderiam e deveriam ser solicitados pelas referidas associações e compartilhados com o corpo funcional do BRB.

Outros questionamentos que se fazem necessários são: caberia à ANEABRB esclarecer o que ocorre nas Assembleias Gerais (AGs) para os seus associados, que são todos os colaboradores do conglomerado BRB? Passar a responsabilidade de leitura e de busca das informações para o associado parece algo um tanto questionável. Desde quando foi informado ao corpo funcional a movimentação dos acionistas minoritários? Praticamente não se tem conhecimento sobre os temas que são tratados nas reuniões do Conselho de Administração – Consad. É dito que as decisões dos acionistas minoritários possuem embasamento técnico, no entanto, qual o teor desse embasamento?

Aqui há de se reforçar que caberia à associação esclarecer seus associados e não transferir a estes “busque a informação”. No que tange à reorganização societária entre o Banco e a ANEABRB/AABR, reorganização esta realizada com o intuito de garantir a manutenção e perenidade do plano de saúde, não caberia ao Banco e à ANEABRB/AABR prestarem mais esclarecimentos sobre o processo? O Sindicato tem buscado obter, sem sucesso, informações de como ocorreu essa reorganização, portanto, não caberia aos referidos atores esclarecerem os empregados do conglomerado sobre um assunto que afeta diretamente a sobrevivência e manutenção do plano de saúde? Qual seria o motivo para tanto sigilo? Sigilo bancário sabe-se que não pode ser!

Sobre o Trono:

O presidente do BRB, Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa, lançou um texto para os empregados do conglomerado como “tentativa” de responder as críticas que estão se avolumando na imprensa. Todavia, com tem sido a tônica no andamento desta gestão, ele interpreta os fatos de maneira muito “bondosa” com a sua gestão. Vamos aos fatos:

O texto traz como objetivo responder algumas críticas, todavia, rapidamente volta ao seu mundo cor-de-rosa, quando foge das críticas e cita realizações do banco de forma muito benéfica à instituição, principalmente quando cita o aumento da quantidade de clientes, ligado principalmente aos clientes do Banco Nação Fla, que, como já noticiado, não traz retorno ao BRB. Ou seja, número vazio. Importante salientar também a necessidade de registrar o resultado do período todo da gestão, uma vez que isso esconde a queda vertiginosa dos resultados trimestrais do banco, principalmente nos últimos dois anos, e não explica por quê, mesmo com essa queda, continua a política de pagamentos de altos dividendos.

Para além das realizações do banco, o presidente do BRB foge em responder as críticas de forma contundente, pois cita uma pauta positiva, mas não cita por que as críticas na imprensa estão erradas ou são maldosas. Quando falamos em contestar as críticas, falamos em contestações embasadas em números e dados, não em retórica.

Outro item que merece um destaque negativo no texto do presidente do banco é quando fala de transparência, pois cita como uma palavra ao vento e não esclarece, como ao longo da gestão não faz, quais seriam as iniciativas claras de transparência e como se dá ou como se daria a questão da prestação de contas às partes interessadas (empregados e população do Distrito Federal), principalmente no âmbito de patrocínios e parcerias.

Quando fala de união por um BRB público e forte, aparece uma contradição. Além de não citar iniciativas claras de como se dará essa união pelo BRB público e forte, parece um contrassenso para uma gestão que tem estratégias de negócios questionáveis, passíveis de serem criticadas e aparentemente utilizadas para enfraquecimento da instituição. Que tem uma gestão de pessoas assediadora, que deixa os empregados, sejam da Direção Geral ou das agências, doentes devido a metas e objetivos quase inatingíveis – ou o quanto essa gestão pressiona os empregados para “correrem atrás” do gasto já feito.

A conclusão que podemos tirar dessa nota do presidente do BRB é que, mais uma vez, para rebater críticas à sua gestão, ele se utiliza dos dados do banco com uma interpretação, no mínimo, duvidosa. Não enfrenta as críticas, mostrando o porquê de elas eventualmente estarem erradas. Talvez não faça isso porque não tem como.

Sobre a Armada:

Na próxima quarta-feira, dia 8, o Sindicato dos Bancários de Brasília realiza mais uma plenária virtual com os funcionários do BRB. Será às 19h. O objetivo é debater caminhos para a solidez financeira e a garantia da existência do banco, do emprego com qualidade e da saúde dos empregados. Essa defesa começa com os funcionários, mas deve ser feita perante a sociedade.

> Para se inscrever para a plenária clique aqui

Da Redação


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