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29 de Julho de 2021 às 08:17

Servidores alertam parlamentares: Quem vota contra trabalhador, não volta


CUT Rio
Rosângela Fernandes

O serviço público está sob ataque desde o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff. O governo de Jair  Bolsonaro (ex-PSL) não repõe o quadro quando servidores se aposentam, não investe em equipamentos como computadores novos em locais de atendimento público como as agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nem tampouco faz concurso público. Não contente com a perversidade que prejudica o povo, o país e os servidores, o governo promove um intenso desmonte das estatais e órgãos públicos para privatizar a preço de banana.

Paralelamente aos ataques, o marketing bolsonarista espalha na sociedade sua narrativa de culpar os servidores para facilitar a aprovação da privatização. O que eles não dizem é que tudo isso tem objetivos claros: enfraquecer o Estado, beneficiar os grandes empresários e convencer a população de que os serviços que ela tem acesso e tanto necessita não têm valor.

A reação a esses ataques exige organização e união, afirma Sandro Cezar, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, (CNTSS/CUT) e da CUT-Rio.

E isso vai se concretizar no Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público, que acontece nestas quinta-feira (29) e sexta-feira (30). Trata-se de uma ampla mobilização da CUT, ao lado das demais centrais sindicais, que reunirá servidores federais, estaduais e municipais. No evento virtual, o Fórum das Centrais Sindicais apresentará uma proposta de enfrentamento: greve nacional dos servidores no dia 18 de agosto.

Leia mais: Servidores de todo país param dia 18 em defesa do serviço público, contra a PEC 32

Impedir o avanço no Congresso Nacional da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da reforma Administrativa é urgente, diz o dirigente. De acordo com ele, a expectativa é de que o Encontro defina as diretrizes da grande campanha nacional que se espalhará pelo país como forma de pressão nos parlamentares.

“O recado aos deputados e deputadas será dado em suas bases: seu voto em relação à PEC 32 pode significar a perda do mandato nas próximas eleições. No Rio de Janeiro, sabemos que 70% dos que votaram a favor da reforma Trabalhista não foram reeleitos. As eleições são ano que vem e temos como fazer muita pressão”, afirma o presidente da CNTSS e da CUT-Rio.

“Quem vota contra o trabalhador, não volta”, diz Sandro Cézar lembrando o slogan criado pela CUT na tramitação da reforma Trabalhista. O relator da reforma, Rogério Marinho, do Rio Grande do Norte, foi um dos que não conseguiram se reeleger.

A CNTSS/CUT promete jogar peso para mobilizar os 2 milhões e 500 mil trabalhadores e trabalhadoras representados pela entidade em todo o país nas áreas de saúde, previdência e assistência social.

Confrontar as mentiras do governo na defesa da reforma Administrativa é uma das linhas a serem adotadas, explica Sandro. E as informações falsas são muitas.

Confira algumas das mentiras:

  • A maior parte dos servidores não recebe supersalários. Em 2018, metade dos funcionários públicos ganhava até 3 salários mínimos e apenas 3% ganhavam mais do que vinte salários.
  • O Brasil não tem servidores demais. De cerca de 210 milhões de brasileiros, apenas 5,1% são funcionários públicos, número abaixo de países como a Alemanha, a França e os Estados Unidos.
  • A PEC 32 não acabará com supersalários. Militares, juízes e integrantes do Ministério Público não serão afetados pela reforma.
  • O Estado brasileiro também não gasta demais com os servidores. Na verdade, esse o percentual se mantém estável. Em 2001, representava 4,8% do PIB e em 2019, 4,4%.
  • O fim da estabilidade não vai melhorar a qualidade dos serviços. O que o fim da estabilidade acarretará será a redução do controle sobre os governantes, que estarão livres para demitir os que apontarem seus desmandos, como corrupção.

Mais detalhes sobre as  7 principais mentiras sobre a reforma ditas pelo governo

Para levar essas informações à população, as entidades sindicais se preparam para buscar diálogo, especialmente, nos redutos dos parlamentares.

“Estamos definindo a estratégia, mas devemos indicar para os sindicatos a necessidade de produção de materiais para sensibilizar a base desses deputados e deputadas que estão favoráveis à reforma Administrativa, para que mudem de ideia. No Rio de Janeiro, o SindSaúde vai lançar uma campanha contra a reforma administrativa com carro de som circulando nas áreas desses parlamentares. Vamos gritar em alto e bom som: PEC 32, não!”, reforça Sandro Cezar.

Para acompanhar as ações contra a reforma Administrativa e informações sobre o Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público, acesse: Contra PEC32 – Diga não à Reforma Administrativa.


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