A Petrobras anunciou nesta terça-feira (16), a nova estratégia comercial de preços dos combustíveis, em substituição ao mecanismo de preço de paridade de importação (PPI), implementado em 2016 por Michel Temer (MDB) e mantido por Jair Bolsonaro (PL).
Em nota, a estatal diz que “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”. O fim da PPI foi uma promessa de campanha do presidente Lula (PT), que agora o presidente da estatal Jean Paul Prates coloca em prática.
Abrasileirar os preços – luta da FUP
A FUP/CUT – Federação Única dos Petroleiros - e seus sindicatos lutam desde 2016 para derrubar o PPI, que promoveu no mercado interno repasses automáticos de aumentos de preços internacionais do petróleo, variação cambial e de custos de importação. Uma política que garantiu mega lucros à Petrobras e dividendos recordes a acionistas, em detrimento de investimentos.
“O governo Lula está abrasileirando o preço dos combustíveis, conforme promessa de campanha. Com a nova política, o Brasil terá gás de cozinha, gasolina e diesel mais baratos, pois os custos nacionais de produção, em reais, entrarão na composição dos preços”, destaca o coordenador- geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. Veja abaixo a comparação de preços.
O dirigente da FUP explica que, com a nova política, o brasileiro deixa de pagar pelos combustíveis como se fossem importados, pois a Petrobras, agora, não considera, apenas, a cotação do petróleo no mercado internacional e do dólar, e nem os custos de importação. No cálculo anterior, a Petrobras considerava em dólar o valor do petróleo no mercado global e custos logísticos como o fretamento de navios, as taxas portuárias e o uso dos dutos internos para transporte.
“Afinal, o Brasil é autossuficiente na produção de petróleo, a Petrobras tem grande parque de refino e utiliza majoritariamente petróleo nacional que ela mesma produz. Assim, com a nova política, reduz-se também a volatilidade de preços ao consumidor”, diz.
Compare os preços antes e depois da PPI
Antes da existência do PPI, entre janeiro de 2003 e 14 de outubro de 2016, o barril do petróleo, em reais, subiu 61,9%, ante inflação de 36,6%, medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a gasolina variou 112,7%, e o diesel, 121,5%, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção FUP), com base em dados da Petrobras.
O preço do botijão de gás de cozinha de 13 quilos (GLP), na refinaria (produto mais demandado pela população de baixa renda), variou 223,8%, registrando 34 altas e 14 baixas.
O preço do GLP acumulou alta de 15,5%, com dois reajustes em treze anos - período no qual o barril do petróleo no mercado internacional, também convertido em reais, variou 95,2%.
“O gás de cozinha, para o consumidor, custava em média R$ 55,35 no Brasil, um dia antes da implantação do PPI, em outubro de 2016. O litro da gasolina era vendido a R$ 3,65. O diesel custava R$ 3,00. Hoje, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o gás está em R$ 108,13, a gasolina em R$ 5,52 e o diesel em R$ 5,65”, lembra Bacelar, que classificou a PPI de pesadelo que assombrou por quase sete anos o povo brasileiro.
Fonte: CUT - Escrito por: FUP | Editado por: Rosely Rocha