“Mais que negligência das empresa privatizada prestadora dos serviços e dos governos estadual e federal, os 22 dias de apagão no Amapá foi um crime, que trouxe sofrimento e muitos prejuízos ao povo de todo o Estado.” É o que afirma o presidente do Sindicato dos Bancários do Amapá, Samuel Bastos Macedo.
A distribuidora de energia e o governo federal anunciaram que o rodízio de energia terminou no Amapá e que o fornecimento foi normalizado, com a retomada de 100% do fornecimento após a energização, na madrugada desta terça-feira 24, de um segundo transformador na subestação Macapá. Ela é a principal do estado e foi a que pegou fogo no dia 3 de novembro – a origem do caos.
“Ativaram o gerador, mas ele está operando no limite da capacidade. Qualquer probleminha que aconteça, ele pifa de novo”, alerta Samuel. “E além do apagão, estamos enfrentando agora uma série de alagamentos com chuvas atípicas e muito fortes que chegaram com a estação das chuvas.”
Para o presidente do Sindicato dos Bancários, a empresa privatizada Isolux, por intermédio da LMTE (Linhas Macapá de Transmissores de Energia), agiu com extrema negligência e o tempo todo tenta se eximir da responsabilidade de prestar o serviço com qualidade.
Samuel, presidente do Sintraf Amapá
Pessoas perderam tudo
“Desde o fim do ano passado eles têm conhecimento de que o segundo e o terceiro transmissores estavam com defeito e fora de operação. E ainda assim não providenciaram nem a substituição nem o conserto. O que demonstra a total negligência na prestação do serviço público, com a concessão que tem, e isso por si só torna tudo isso um crime”, afirma Samuel.
“É um crime porque deixou um estado inteiro às escuras e sem energia, o que por tabela trouxe a falta de água, falta de alimentação, principalmente para as pessoas que compravam a alimentação para o mês todo e deixavam em suas geladeiras. Essas pessoas perderam tudo. Sem falar nos pequenos empresários, que perderam tudo do que dependia de refrigeração. E aí, como é que vão recuperar essa perda?”, questiona o dirigente sindical.
Samuel entende que a situação continua delicada para uma boa parte da população do Amapá. “Foi negligência tanto da Aneel, porque tinha conhecimento de que a empresa concessionária privatizada estava com esses problemas e não fazia a manutenção, e não tomou nenhuma providência. Então é negligência mesmo, é um crime”, reitera.
Fonte: Fetec-CUT/CN