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29 de Outubro de 2020 às 07:24

Entidades de todo o país lançam nesta quinta 29 às 10h campanha para tributar os super-ricos

Fetec-CUT/CN apoia a iniciativa e retransmitirá ao vivo o lançamento da campanha, que visa proteger os mais pobres, combater a crise e assentar as bases do desenvolvimento


Mais de 50 organizações sindicais e da sociedade civil lançam nesta nesta quinta-feira 29, às 10h, uma campanha nacional pela tributação dos super-ricos, que tem por objetivo fortalecer o Estado brasileiro, ter recursos para enfrentar a pandemia provocada pelo novo coronavírus, garantindo assim emergencialmente renda para milhões de brasileiros e, depois, a retomada do desenvolvimento econômico com distribuição de renda.

A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT), assim como a Contraf-CUT, apoia a campanha nacional. O lançamento será transmitido ao vivo pela que será transmitido ao vivo pelo Facebook da Contraf-CUT e pela TV Contraf.

“O Brasil é um dos dez países mais desiguais em todo o mundo. A concentração da riqueza e a pobreza estão aumentando com as reformas liberais implantadas nos últimos quatro anos pelos governos Temer e Bolsonaro. A sociedade brasileira precisa começar a discutir uma reforma tributária que corrija essas graves distorções, o que começa pela taxação dos super-ricos”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN.

O lançamento contará com a participação de diversas entidades sociais, governadores e parlamentares.

Serão apresentadas oito propostas que podem promover um aumento de arrecadação de quase R$ 300 bilhões, tributando apenas as altas rendas e grandes patrimônios dos 0,3% mais ricos do Brasil.

“As propostas reduzem impostos para os mais pobres e pequenas empresas e melhora a repartição de recursos entre estados e municípios. Além de serem estratégicas para tirar o Brasil da crise e solucionar problemas históricos de justiça fiscal em nosso país”, explicou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia, que compõe a coordenação da campanha.

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, disse que a entidade que preside integra a campanha porque as propostas têm capacidade para ampliar a justiça fiscal Brasil. “Propostas como a correção das distorções do Imposto de Renda, a revogação da isenção sobre lucros e dividendos distribuídos aos acionistas das grandes empresas, o fim da dedução de juros sobre o capital próprio, a elevação do limite de isenção para baixas rendas, e a criação de uma tabela de alíquotas progressivas têm capacidade de reduzir os valores pagos pelos mais pobres e aumentar somente o que se cobra dos 0,3% mais ricos de nosso país”, explicou.

 Uma cartilha ilustrada e uma calculadora online demonstram os impactos positivos das ações na vida dos trabalhadores caso as medidas sejam implementadas.

Pressão social

Mais de 50 organizações já se integraram à campanha e outras dezenas estão se somando ao movimento para garantir a aprovação e adoção das medidas de curto e médio prazo que fortalecerão o Estado e possibilitarão o enfrentamento da pandemia, a garantia de renda para os mais pobres e a retomada da atividade econômica.

“De abril a junho de 2020, quase nove milhões de pessoas perderam o emprego. A taxa de pessoas sem trabalho superou os 13%. O rendimento encolheu 5,6%, representando perda de R$ 12 bilhões em circulação na economia. Os pequenos negócios estão quebrando em consequência da redução do consumo de bens e serviços. As medidas que estamos propondo têm capacidade para reverter esse quadro”, disse o dirigente da Contraf-CUT.

As entidades participantes já iniciaram a divulgação dos projetos de lei junto aos movimentos sociais, sindicatos, estudantes, agricultores, pequenos empresários e políticos. A partir de agora essa atuação será intensificada com debates, entrevistas e reuniões com parlamentares, governadores e prefeitos para incluir o tema na pauta do Congresso e fazer as propostas tramitarem.

Confira as propostas

  • Correção das distorções do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) – revogação da isenção dos lucros e dividendos distribuídos, fim da dedução de juros sobre o capital próprio, elevação do limite de isenção para baixas rendas, e criação de nova tabela de alíquotas progressivas.
  • Instituição do Imposto Sobre Grandes Fortunas (IGF) sobre as riquezas das pessoas físicas que ultrapassarem R$ 10 milhões.
  • Elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos setores financeiro e extrativo mineral.
  • Criação da Contribuição sobre Altas Rendas das Pessoas Físicas (CSAR), incidindo sobre rendas anuais acima de R$ 720 mil.
  • Mudança nas regras do Imposto sobre Heranças e Doações (ITCMD), com ampliação da alíquota máxima de 8% para 30%.
  • Novas regras de repartição de receitas da União com Estados e Municípios. A previsão é de acréscimos de aproximadamente R$ 83 bilhões para os Estados e R$ 54 bilhões para os Municípios.
  • Regras para disciplinar a concessão de benefícios fiscais e para combater a sonegação.

Para saber mais:

facebook.com/tributar.os.super.ricos/
instagram.com/tributar.os.super.ricos/
twitter.com/OsTributar


Fonte: Fetec-CUT/CN

 


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