O secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, foi reeleito, neste domingo (13), para o Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho (OIT), braço da Organização das Nações Unidas, responsável pela elaboração e controle de execução de políticas e programas relacionadas ao mundo do trabalho, especialmente no que se refere ao cumprimento das normas internacionais.
Entre as metas de atuação a CUT na OIT para o próximo período, Lisboa destaca a defesa da negociação coletiva e da representação sindical, atacadas no Brasil desde o governo de Michel Temer (MDB), com a reforma Trabalhista e agora, com Jair Bolsonaro (ex-PSL)
“A CUT continuará a defender os interesses dos trabalhadores trabalhadoras na OIT, especialmente no que diz respeito ao direito de greve e à negociação coletiva”, afirma o dirigente.
Outra meta de Lisboa é defender, junto com os demais conselheiros, a própria OIT.
A OIT está sob ataque do capital, das transnacionais, a quem não interessa que trabalhadores sejam tratados de forma digna, com direitos, por isso a defesa da própria OIT, neste momento é essencial- Antonio Lisboa
Lisboa foi eleito no Conselho pela primeira vez, em 2014, quando obteve expressiva votação, sendo o quarto mais votado.
Um dos destaques da sua atuação foi a denúncia de violações trabalhistas no Brasil. Recentemente, no início da 109ª Conferência da OIT, o dirigente enumerou uma série de ataques do governo Bolsonaro aos trabalhadores.
De perseguições a sindicalistas ao descaso com a pandemia do novo coronavírus, às violações aos direitos dos trabalhadores e ao povo indígena brasileiro, Lisboa revelou ao mundo um retrato do que o governo de extrema direita faz no Brasil.
Antes, em 2019, na 108ª Conferencia, Lisboa também havia denunciado os efeitos da reforma Trabalhista do governo de Michel Temer, afirmando que nenhuma das promessas embutidas na reforma – modernizar o sistema de relações do trabalho, criar empresas, fomentar a negociação e combater a informalidade – foi cumprida. Ao contrário, o país viu aumentar o número de desempregados, do trabalho informal e do desalento.
Órgão executivo da OIT, o Conselho se reúne três vezes ao ano, nos meses de março, junho e novembro para discutir e tomar decisões sobre a política da OIT. Além disso, determina a agenda para a Conferência Internacional do Trabalho e elege o Diretor-Geral da organização.
O Conselho é composto por 56 membros titulares (28 Governos, 14 Empregadores e 14 Trabalhadores), além de 66 membros suplentes.
Dez das cadeiras do governo estão reservadas para os membros de países com maior importância industrial (Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Japão, Reino Unido e Federação Russa).
As eleições são para o Conselho são realizadas de três em três anos