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São Paulo – Seis centrais sindicais promovem hoje (18) uma série de atos em diversos locais de trabalho. A ação está no âmbito das manifestações marcadas para o sábado, o #19J, em cerca de 320 cidades em todo o país. Vão cobrar, principalmente, vacina para todos, auxílio emergencial de R$ 600, além de defesa do emprego e da renda, combate à fome e à carestia e o “Fora Bolsonaro”.
Nesta sexta serão realizadas assembleias, paralisações e panfletagens ao longo do dia. O objetivo é conversar com os trabalhadores sobre a situação do país e o descaso do governo Bolsonaro na área social e, particularmente, no combate à pandemia. A partir das 7h, os presidentes das entidades participarão de ato na portaria da MWM, em Jurubatuba, na zona sul paulistana. Eles vão falar também sobre a agenda trabalhista no Congresso e a importância do respeito a protocolos sanitários. Centrais farão protestos no dia 18 e apoiam manifestações do 19J
Em artigo conjunto publicado pelo Poder360, os sindicalistas afirmam que “o governo federal não tem qualquer controle sobre a crise sanitária instalada pela pandemia. Suas escolhas são responsáveis por milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas se o presidente tivesse adotado as medidas de prevenção e proteção à vida, preconizadas pela ciência, medicina e OMS, e atuado para produzir e comprar vacinas”. Assinam Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB), José Reginaldo Inácio (Nova Central) e e Antonio Neto (CSB).
Os dirigentes reafirmam que, para as centrais sindicais, a prioridade é a defesa da vida, dos empregos e da democracia: “Vacina para todos já continua sendo uma urgência”. Defendem também a extensão do auxílio emergencial até o fim da pandemia e com valor de R$ 600. “Propomos que os empregos e salários sejam protegidos e as micro e pequenas empresas tenham o apoio necessário do Estado para resistir ao travamento da atividade econômica. Essas medidas precisam estar ativas enquanto durar a pandemia”, acrescentam. “Por isso, com todos os cuidados sanitários, faremos em 18 de junho atos nos locais de trabalho para apresentar nossa pauta e propostas.”
Os presidentes das centrais dizem também não ser possível aceitar passivamente as quase 500 mil mortes já causadas pela pandemia no país. “O governo federal, com seu negacionismo, é responsável pela intencional descoordenação no enfretamento da crise sanitária e econômica, pela carestia, pela fome e pelos extensos desmontes de políticas públicas nas áreas de educação, saúde, segurança, ciência, cultura, pesquisa, proteção social, entre outras. Diante das mortes, do desgoverno, dos ataques ao Estado Democrático de Direito, as centrais sindicais afirmam: Basta! E declaram: Fora Bolsonaro!”
As centrais mobilizam-se também contra temas estratégicos que tramitam no Congresso Nacional, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, a da “reforma” administrativa. O projeto acaba com a estabilidade e outros direitos, além de abrir caminho para privatização. Também acompanham o processo de privatização da Eletrobras e de outras empresas públicas.
“É fundamental articular capacidade política capaz de recolocar o país na trajetória de um projeto de desenvolvimento que incremente a produtividade de toda a economia, gere empregos de qualidade e promova o aumento da renda do trabalho; que combata todas as formas de desigualdades, a pobreza e a miséria. Um projeto de desenvolvimento orientando pela justiça social e sustentabilidade ambiental, por um Estado forte com efetividade para o investimento econômico e social”, diz o artigo conjunto.
A ação das centrais sindicais nos locais de trabalho vai reforçar o chamado para o sábado (19) de atos espalhados para todo o país. “Na data, também divulgaremos a manifestação nacional que apoiamos e ajudamos a convocar para 19 de junho. Nas ruas, com todos os cuidados sanitários, vamos afirmar nosso Basta!”, dizem. De acordo com os organizadores das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, as manifestações chamadas de ‘#19J’ devem superar as ocorridas no mês passado. Pelo menos 319 cidades, no país e no exterior, já confirmaram atos.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta (17) que as manifestações são uma convocação da sociedade “para protestar contra o desgoverno e contra o genocídio. A sociedade começou a andar”. Já o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, afirma que todos aqueles que defendem a democracia e combatem as desigualdades “não suportam esse governo” e devem participar do #19J. “Está havendo um levante. O país se aproxima da perda de 500 mil vidas pela covid-19. Bolsonaro é o grande responsável, por não ter adquirido as vacinas no momento adequado”, afirmou, em entrevista ao Jornal Brasil Atual.