Por conta da pandemia de Covid-19 e da gestão tenebrosa, baseada no ultraliberalismo, do governo Bolsonaro, o Brasil viu crescer os lares sem renda do trabalho. No segundo trimestre de 2021, a proporção de domicílios sem dinheiro obtido por meio de atividades profissionais chegou a 28,5% ou quase três em cada 10 residências. São 46 milhões de pessoas nesta situação.
Os dados são de estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e ainda revelam que antes da pandemia os números já preocupavam, mas eram menores. No quarto trimestre de 2019, cerca de 36 milhões de pessoas, ou 23,54%, não tinham renda do trabalho. De lá para cá houve aumento aproximado de 9,5 milhões de brasileiros nesta condição.
O mercado de trabalho sofreu um forte abalo com a crise sanitária e, apesar de a pandemia dar alguns sinais de melhora, o desemprego no Brasil é altíssimo. Segundo o Ipea, o rendimento habitual médio dos trabalhadores ocupados, em termos reais, caiu 6,6% no segundo trimestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020.
Enquanto a renda cai ou desaparece, os preços sobem. Após subir mais 0,87% em agosto, o maior aumento para um mês de agosto em 21 anos, a inflação oficial acumulada em 12 meses chegou a 9,68%, na média nacional.