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3 de Março de 2021 às 08:36

Bolsonaro deu aval a Flávio para compra de mansão sabendo que “daria dor de cabeça”, mas “polêmica perderia força”


Revista Fórum
Plinio Teodoro

O silêncio de Jair Bolsonaro (Sem Partido) diante da repercussão sobre a compra de uma mansão de R$ 6 milhões pelo filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no Lago Sul, área nobre de Brasília, ao que tudo indica é parte de uma estratégia premeditada de colocar panos quentes no assunto até perder força nos próximos dias.

Segundo o jornalista Vicente Nunes, em seu blog no Correio Braziliense, afirma que Bolsonaro teria dado aval a Flávio para a compra da mansão sabendo que “daria dor de cabeça ao governo”, mas, depois, “a polêmica perderia força”.

Bolsonaro teria apenas pedido ao filho para se municiar de bons argumentos que comprovassem a legalidade da transação.

Nesta terça-feira (3), Flávio divulgou um vídeo em que diz que vendeu um apartamento e a franquia da loja de chocolates Kopenhagen para dar entrada na compra do imóvel que, segundo ele, teve o restante do valor financiado pelo Banco de Brasília (BRB) a “juros acessíveis a qualquer brasileiro”.

Pela escritura de compra do imóvel, dos R$ 6 milhões, Flávio financiou R$ 3,1 milhões junto ao BRB, para quitação em 360 meses. As taxas de juros ficaram entre 3,65% e 4,85%, bem abaixo da média do mercado.

Rachadinha

Na denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro – que sofreu revés após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerar ilegal as quebras de sigilo bancário e fiscal de Flávio -, há suspeitas de que o apartamento vendido pelo senador teria sido comprado em parte com o dinheiro desviado do esquema de corrupção montado por ele quando foi deputado estadual no Rio de Janeiro.

Segundo o MP, Flávio e a esposa, Fernanda Bolsonaro, teriam usado dinheiro do esquema de “rachadinha” para pagar o “sinal” de R$ 50 mil do apartamento na Barra, localizado no condomínio Altântico Sul, além das parcelas de um financiamento bancário utilizado para quitá-lo.

Cerca de duas semanas antes do pagamento, em maio de 2014, Fernanda não tinha saldo para cobrir o cheque de R$ 50 mil dado como “sinal” para a compra do apartamento.

Em um único dia, no fim de abril, a conta dela recebeu depósitos fracionados de R$ 20 mil em dinheiro vivo, “a fim de ocultar a origem dos recursos”, segundo a denúncia.

Flávio também teria recebido depósitos fracionados a partir de junho de 2014, em datas próximas aos pagamentos das parcelas do financiamento imobiliário contraído para pagar o imóvel.

Em março de 2018, por exemplo, Flávio recebeu R$ 9 mil em depósitos uma semana antes de pagar uma parcela de R$ 8,5 mil do financiamento, segundo o Ministério Público do Rio.

Com informações do jornal O Globo


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