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18 de Agosto de 2021 às 08:22

Bolsonaro ataca também os bancários. Jornada e hora extra estão ameaçadas


Assim como todos os prejuízos da MP 1045, aprovada pela Câmara Federal, os jabutis, que consistem em emendas estranhas ao tema principal do projeto, estão longe de beneficiar a classe trabalhadora. A emenda 40, por exemplo, ataca a jornada de seis horas dos bancários e reduz o adicional das horas extras. Um claro favorecimento do governo Bolsonaro ao sistema financeiro, o mais lucrativo da economia brasileira.

O texto da emenda 40 prevê a extensão para 8 horas para categorias com jornadas especiais (menores do que 8 horas), mediante acordo individual ou coletivo. Ou seja, os bancários podem ser atingidos. Também fixa em 20% o adicional pelas horas extras que passam a compor a jornada normal de trabalho (sétima e oitava horas). Hoje, a legislação determina o pagamento da hora extra com adicional de 50% (segunda a sábado) e 100% (domingos ou feriados).

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Em defesa das jornadas especiais instituídas para algumas categorias, como a dos bancários, o Ministério Público do Trabalho ressaltou que “para tais situações, a previsão legal de jornadas de trabalho reduzidas constitui importante medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, contribuindo para a prevenção de doenças físicas e psíquicas”, esclarece nota técnica do MPT.

Além disso, o Ministério aponta a redução da hora extra mediante acordo individual ou coletivo como inconstitucional. “Ultrapassada a jornada contratada, ainda que não corresponda à jornada máxima legalmente possível de se pactuar, o pagamento do percentual mínimo é imperativo, com base em regra constitucional expressa, inafastável pela legislação ordinária ou pela vontade das partes”.

Conquista da Jornada de 6 horas completou 87 anos

Foi em novembro de 1933 que a categoria bancária conquistou a jornada de seis horas. O direito, portanto, completou 87 anos em 2020. A luta pela jornada de 6 horas teve início em 1932, em Santos, com a realização da primeira greve dos bancários da história do Brasil, realizada pelos bancários do Banespa - o banco público paulista que foi comprado pelo Santander 20 anos atrás – Na pauta, entre outras reivindicações a jornada de 6 horas, conquistada no ano seguinte também através da luta da categoria.

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Os empregados da Caixa Econômica Federal só vieram a conquistar esse direito mais recentemente, há apenas 35 anos, também depois de muita luta.

 


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