Milhares de trabalhadores e trabalhadoras de todo o país foram às ruas neste 1º de Maio celebrar o Dia Internacional do Trabalhador. As reivindicações da classe trabalhadora organizada giraram em torno, este ano, da reconstrução plena dos direitos trabalhistas. Para isso, as principais bandeiras de luta vistas foram as que pediam leis e diretrizes que promovam empregos decentes, com recomposição da renda perdida na última década, igualdade salarial entre gênero e raça, aposentadoria digna, valorização do servidor público que atua na ponta das políticas públicas, e a correção da tabela do Imposto de Renda, especialmente para quem ganha menos.
A vice-presidente nacional da CUT e presidenta da Contraf-CUT, Juvândia Moreira, reforçou que este 1° de Maio foi uma data “importante para que as pautas da classe trabalhadora ganhassem ainda mais visibilidade”. Afirmou também que o movimento sindical agora tem uma missão importante. “Saímos daqui com a tarefa de fazer uma grande marcha para que as pautas tenham seguimento, levar para Brasília e dialogar com o parlamento, mas para dialogar também com a sociedade brasileira”, disse Juvândia, se referindo à articulação de uma marcha das centrai sindicais e movimentos sociais, no dia 22 de maio.
“Durante os governos Temer e Bolsonaro, tivemos o desmonte do Estado, das políticas públicas, a entrega da Eletrobras, a entrega do patrimônio público brasileiro. Estamos aqui lutando pela reconstrução do país, junto com o presidente Lula, que tem feito uma série de medidas, mas muito mais precisa ser feito. Nós, trabalhadores, precisamos colocar a nossa pauta na rua”, reforçou a presidenta da Contraf-CUT.
“Nós da CUT, do Sindicato dos Bancários, viemos nos mobilizar e falar das nossas pautas. Por mais emprego; por trabalho decente; contra a taxa de juros alta, que atrapalha o desenvolvimento do país; mais saúde; mais educação; por uma tributação mais justa, que tribute os super ricos e não prejudique o consumo e a renda; e por políticas públicas. O orçamento é disputado. Precisamos cobrar o presidente Lula e apoiar o seu governo para que as pautas que nós defendemos venham para nós”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Neiva Ribeiro.
Na capital paulista, o evento, realizado pelas centrais sindicais ocorreu desde às 10h no estacionamento oeste da Neo Química Arena, estádio do Corinthians, e teve a participação do presidente Lula (PT). O início das celebrações foi marcado por falas de representantes de movimentos populares e da sociedade civil organizada, além de parlamentares, lideranças partidárias, ministros e autoridades do governo federal. O tema deste ano é um “Brasil mais justo”.
Em Fortaleza, no Ceará, o ato começou logo cedo em frente a Universidade Estadual do Ceará (UECE), e seguiu pelas ruas da Serrinha. A escolha da universidade como pontapé da manifestação serviu como apoio das centrais sindicais aos servidores da estadual que neste momento estão em greve por melhores salários e condições de trabalho.
Em Recife, capital de Pernambuco, as manifestações se concentraram na Praia do Pina, na região de Brasília Teimosa, também pela manhã. Uma das principais bandeiras levantadas pelos recifences é a valorização dos servidores públicos. O presidente da CUT Pernambuco, Pedro Rocha, afirmou que a valorização ainda não atinge os trabalhadores essenciais, como os da Educação, Saúde e Previdência. “É um momento de celebração e comemoração, mas também um dia de luta e resistência. Vamos honrar nossa história e continuar na luta por direitos e dignidade para todos os trabalhadores e trabalhadoras”, disse o presidente.
Em Belém, no Pará, a CUT do estado afirmou que a atividade foi de “muita festividade, comunhão, solidariedade e reafirmação das lutas dos trabalhadores por um Brasil mais justo e menos desigual. Nossa luta é no dia a dia, contra a exploração social do trabalho, contra o assédio moral, as injustiças nas relações de trabalho e contra as pautas políticas da extrema-direita, sempre injustas e que tanto penalizam os trabalhadores e trabalhadoras de um modo em geral, com tentativas de retirada de direitos conquistados por lei e na adoção de reformas que sacrificam os trabalhadores e a população de um modo geral.”
Em Maceió, no estado de Alagoas, os trabalhadores e trabalhadoras se concentraram pela manhã na Praia de Pajuçara, principal ponto de lazer da classe trabalhadora na capital alagoana. Sob o mote “Nossa força é você” os dirigentes discursaram sobre a importância da classe trabalhadora se organizar por emprego, renda, melhores condições de trabalho e também na reivindicação de políticas públicas para o estado.
Em Brasília, no Distrito Federal, o ato começou às 9h no Eixão do Lazer. Com forte presença de trabalhadores em família, a atividade contou com ato político e cultural.
No Paraná, os sindicatos filiados e os movimentos sociais participaram do ato que ocorreu no bairro Sabará, em Curitiba. A programação teve início às 8h30 com um café da manhã seguido da marcha em defesa da reconstrução dos direitos trabalhistas. A caminhada atravessou a região do Sabará e teve partilha de alimentos e atividades culturais.
“Por um Brasil mais justo” também foi o lema do ato unificado de Teresina, no Piauí. O ponto de concentração foi na Praça Rio Branco, na região central, onde os dirigentes discursaram. Após os discursos, os trabalhadores e trabalhadoras dos sindicatos e centrais saíram juntos em caminhada pela cidade panfletando e conversando com a população sobre a importância do 1º de Maio.
Em Aracaju, foi feita panfletagem no bairro Farolândia. A CUT Sergipe dialogou com a população sobre a luta contra a privatização da água pelo governo sergipano, além da importância da volta da Petrobrás para o estado, a valorização de servidores públicos, emprego, renda, moradia, combate à fome, Reforma Agrária e incentivo à agricultura familiar.
O presidente da CUT Sergipe, Roberto Silva, afirmou que essas são pautas cruciais para este 1° de Maio. Sobre o enfrentamento à fome, o dirigente lembrou que “a CUT tem feito ações junto com movimentos sociais que atuam com pessoas em situação de rua, com pressão ao Ministério Público, governo do estado e prefeitura de Aracaju para que essa população tenha políticas efetivas que incluam a promoção de trabalho e renda para e assim sair da situação e vulnerabilidade.”
Na capital fluminense as celebrações pelo Dia Internacional dos Trabalhadores ocorreram no bairro de Madureira. O ato político unificado foi feito no Parque de Madureira, com show do Grupo de Pagode dos Trabalhadores da COMLURB (empresa de limpeza urbana do Rio de Janeiro) e panfletagem durante todo o dia.
Em Natal, no Rio Grande do Norte, o presidente da CUT-RN, Irailson Nunes, falou aos trabalhadores e trabalhadoras logo cedo, às 8h, na concentração do ato que ocorreu na Praça Cívica. Depois, saíram todos em caminhada até a Praia do Meio. “Nós defendemos um Brasil democrático e que dê dignidade às pessoas, promovendo a justiça social”, afirmou Nunes.
Para marcar o 1º de maio, os sindicatos da Regional Oeste da CUT-SC espalharam faixas com as pautas do Dia do Trabalhador em diversos locais estratégicos do município de Chapecó. As faixas foram colocadas na madrugada desta quarta-feira (1), na praça Central, em frente à agência do INSS, na passarela do Parque Tancredo Neves, na Câmara de Vereadores e no Hospital Regional do Oeste. O objetivo das faixas foi alertar os trabalhadores e trabalhadoras sobre a importância de se lutar coletivamente por emprego decente, redução dos juros, por justiça na cobrança do imposto de renda, por aposentadoria digna e pela valorização do serviço público.
Em São José, município da macroregião de Florianópolis, o Dia Internacional do Trabalhador foi marcado por atividades culturais e manifestações políticas. O ato chamado por diversas centrais se concentrou à beira-mar. A programação contou com apresentações da banda Africatarina, do grupo de teatro Madalenas na Luta, do músico João de Paula, e do grupo Boi de Mamão Petinho.
A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, falou sobre a relevância do movimento sindical diversificar as formas de comunicação sobre as pautas de luta dos trabalhadores, fazendo isso por meio da cultura. “Nesse ato, por meio da música e do teatro vamos conversar com os trabalhadores sobre a importância deste dia histórico para a classe trabalhadora, de estarmos unidos para lutar por emprego decente e mais direitos”.
Os sindicatos cutistas da região sul de Santa Catarina junto com outras centrais sindicais organizaram a manifestação no bairro Renascer, em Criciúma, levando cultura, arte e consciência da classe trabalhadora para a comunidade.
Em Salvador, as comemorações do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora começaram bem cedo, às 6h30, com a corrida do Trabalhador, o Treinão, no Farol da Barra. Teve também ações sociais como a retirada de documentos, intermediação de mão de obra e atendimento de saúde. Durante a tarde os dirigentes sindicais discursam, e por fim a população pôde aproveitar o feriado com os shows de Adão Negro e da banda Psirico.
Em Belo Horizonte os trabalhadores e trabalhadoras dos movimentos sindicais realizaram ato no centro da capital mineira pela manhã. Os manifestantes se reuniram na Praça Afonso Arinos. Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), Jairo Nogueira, a principal pauta é a revogação das reformas trabalhista e da Previdência. No contexto estadual, os participantes reivindicam a valorização dos servidores públicos.
Em Goiás, os trabalhadores e trabalhadoras se reuniram no centro de Goiânia. Além das atividades políticas e culturais, as centrais sindicais oferecem serviços diversos à população, como consultas oftalmológicas, aferição de glicemia e pressão arterial, que duraram todo o dia.
Fonte: CUT e SP Bancários