CUT Brasil
Andre Accarine
Movimentos sociais, religiosos e centrais sindicais, entre elas a CUT, se unem mais uma vez para o tradicional Grito dos Excluídos, mobilização que acontece em todo o país no dia 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, desde 1995.
“É um chamado ao povo brasileiro, no dia em que se comemora uma ‘independência formal’, para lembrar que essa independência ainda não foi conquistada plenamente”, explica a secretária de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT Nacional, Janeslei Albuquerque.
As pautas do Grito dos Excluídos vão da defesa da democracia à luta por inclusão, direitos, políticas públicas que garantam dignidade às populações mais vulneráveis como segurança, saúde e educação.
Todo ano, um tema é destacado para ser o foco das manifestações. O tema de 2022, ano do bicentenário da independência e 28º Grito dos Excluídos, é justamente a independência. O grito de luta vai questionar: “Independência para quem”? O objetivo é refletir sobre a trajetória do Brasil e de sua população mais pobre – população que ficou fora do centro das políticas da maioria dos governos ao longo desses 200 anos.
Um dos motes do grito deste ano, que se tornou permanente desde que a pandemia de Covid-19 escancarou o descaso do governo de Jair Bolsonaro (PL) com a saúde e a vida da população é “Vida em primeiro lugar”, que também esteve na pauta do Grito dos Excluídos do ano passado.
O grito que não cala
Iniciativa da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o primeiro Grito dos Excluídos teve como tema “A fraternidade e os excluídos”.
A data escolhida para as manifestações não foi ao acaso. A ideia de fazer um contraponto ao "Grito do Ipiranga".
“A cada 7 de setembro, o Grito dos Excluídos vem para lembrar que o Brasil ainda não garantiu os direitos de cidadania à maioria da nação. São pessoas que fazem parte da sociedade, mas não usufruem dos direitos básicos de cidadania”, diz Janeslei.
“Os direitos nunca foram concessões das elites do país e sim fruto de muita luta da classe trabalhadora e dos povos excluídos, que ocuparão as ruas na próxima quarta-feira”, ressalta a dirigente, justificando a importância dos atos que já estão marcados em várias cidades do Brasil. Confira a lista no final do texto.
Povo no orçamento
Em um ano emblemático em que o Brasil se depara com um momento crucial em que vai escolher que futuro deseja para seu povo, os movimentos sociais saem às ruas para reforçar que necessidade de defesa e construção de um projeto popular para o país, em que as populações mais vulneráveis estejam, de fato, no centro de políticas de desenvolvimento. “Os interesses do povo têm de estar contemplados no Orçamento da União”, defende Janeslei.
Atualmente, a fome é um dos problemas mais graves do Brasil, atingindo 33 milhões de brasileiros. Outros 125 milhões não conseguem fazer três refeições por dia. Por isso, vários dos atos já marcados em várias cidades do Brasil também têm como tema principal o combate à fome.
Veja onde tem atos do Grito dos Excluídos marcados no dia 7 de setembro
Acre
Rio Branco: 7h, em frente à Catedral Nossa Senhora de Nazaré (Centro).
Alagoas
Maceió: 8h, Igreja Virgem dos Pobres
Amapá
Macapá: 9h na Igreja São José
Bahia
Salvador: às 8h30, no Campo Grande (Concentração)
Senhor do Bonfim: Roda de Conversa, das 9 às 12h00, no Sindiferro – Senhor do Bonfim.
Campo Formoso: 19h30, via internet, com a participação dos movimentos sociais
Ceará
Fortaleza: 9h, ao lado do terminal do Lagoa, na Parangaba
Espírito Santo
Vitória: 8h na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) – Campus Goiabeiras, e às 9h, na Praça Vaz Melo
Goiás
Goiânia: 9h, na Praça José Bonifácio
Mato Grosso
Cuiabá: 7h30, na Praça do Rosário com caminhada à Praça do Ipiranga
Mato Grosso do Sul
Dourados: 7h, concentração na Rua Melvin Jones, com a Avenida Marcelino Pires
Maranhão
Minas Gerais
Belo Horizonte: 9h, na Praça Vaz Melo/Passarela da Lagoinha
Pará
Belém: 7h30, caminhada a partir da Praça Catedral
Paraíba
Paraná
Curitiba: na Vila União (Comunidade do Tatuquara)
Pernambuco
Recife: 9h, no Parque 13 de Maio
Piauí
Teresina: 8h, em frente à Assembleia Legislativa
Rio de Janeiro:
Na capital fluminense, às 9h – concentração na Uruguaiana com Presidente Vargas
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
Porto Alegre: 9h, em frente à Igreja São José do Murialdo (bairro Partenon)
Rondônia
Roraima
Boa Vista: caminhada na periferia, à tarde; realização de oficinas de cartazes; Criação de um Rede Social específica para o Grito.
Santa Catarina
São Paulo
Na capital paulista, o ato “Terra, teto, trabalho e democracia - Pão e viver bem!”, na Praça da Sé, às 9h, integra o calendário de mobilizações nacionais do Grito dos Excluídos 2022.
Sergipe
Aracaju: 8h, celebração litúrgica e caminhada com concentração na Polícia Rodoviária Federal (lembrando do caso Genivaldo) e terminando na praça em frente à Paróquia São Francisco de Assis, bairro Santos Dumont
Tocantins