Dirigentes do Sindicato percorreram as agências do Bradesco de Ceilândia e Taguatinga, nesta quinta-feira (1º), para denunciar que, enquanto o banco obtém lucros recordes, seus funcionários sofrem com assédio moral decorrente de metas abusivas, ameaças de demissões e sobrecarga. Além disso, alertaram sobre o fechamento de agências e as demissões, que estão comprometendo o atendimento aos clientes e usuários.
Durante as visitas, que fazem parte do lançamento da campanha #AVergonhaContinuaBradesco, foram distribuídas cartilhas chamando a atenção para o assédio moral e sexual no trabalho e formas de combatê-lo e informativo do Sindicato sobre esses temas.
Juliano Braga, diretor da Fetec/CUT-CN e funcionário do Bradesco, pontua que “o fechamento de agências e as demissões em massa que ocorreram nos últimos meses no Bradesco prejudicam os funcionários demitidos e sobrecarregam os que continuam trabalhando, mas os clientes e a população como um todo também são afetados pelo aumento das filas, pela demora para o atendimento e pela dificuldade de acesso aos serviços bancários”.
“Conversamos com os bancários e bancárias sobre a questão do fim da violência e do assédio no trabalho, e esclarecemos que, em 2019, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) criou a convenção 190, estabelecendo as normas globais com o objetivo de acabar com essa prática nefasta. Ela indica quais medidas devem ser tomadas para prevenir e lidar com isso, e por quem”, esclarece José Garcia, diretor da Fetec/CUT-CN e funcionário do Bradesco, acrescentando que, no momento, a convenção tramita no Congresso Nacional.
#AVergonhaContinuaBradesco
Unidos na luta contra essa prática abusiva do Bradesco, sindicatos de todo o país lançaram nesta quarta-feira (31) a campanha #AVergonhaContinuaBradesco, que ganhou força também nas redes sociais com um tuitaço. O Bradesco é reincidente: em 2020, em plena pandemia, sindicatos do Brasil todo realizaram a campanha “Que vergonha, Bradesco!” para denunciar que o banco obtinha lucro recorde, mas seus funcionários eram submetidos a assédio moral, com cobranças de metas abusivas e ameaças de demissões, e a sobrecarga de trabalho após redução de quadro de pessoal e fechamento de agências.
Para o diretor do Sindicato e bancário do Bradesco Paulo Frazão, o ato ocorrido nesta quarta (31) para pressionar o banco a rever as suas decisões reafirma o compromisso inegociável da entidade sindical tanto pela manutenção quanto pela ampliação dos direitos dos bancários. Ele destaca que, “mesmo com um lucro de mais de R$ 20 bilhões em 2022, o banco fechou 1.276 postos de trabalho, 93 agências e 174 unidades de negócios.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília