Funcionários do Bradesco em Dourados (MS) voltaram a protestar nesta quinta-feira (2) com retardamento por duas horas da abertura da agência da avenida Presidente Vargas.
A manifestação busca abrir um canal de diálogo com a direção do banco, que anunciou o fechamento da agência para o dia 21 de junho sem nenhuma negociação com os representantes dos trabalhadores. Para Carlos Longo, presidente do sindicato, “o descaso do banco com os funcionários da instituição e com a sociedade douradense é total e não vamos aceitar calados. O banco precisa sentar e conversar. Esperamos sensibilizar a direção da empresa no sentido de reverter essa medida que consideramos totalmente descabida e arbitrária".
Para Carlos Longo, essa a decisão do Bradesco vai prejudicar tanto os trabalhadores diretos da empresa quanto os terceirizados, além de precarizar o atendimento a clientes e usuários do banco. E por isso não pode ser tomada sem consultar todos os envolvidos e sem fazer uma avaliação dos impactos financeiros e sociais que a medida causará.
Toda a cidade será prejudicada
O fechamento de mais um ponto de atendimento na cidade de Dourados, onde o Bradesco tinha cinco agências em 2021 e já fechou duas, além de transformar outra em agência de negócios, sem atendimento ao público geral, prejudica não apenas os seus funcionários, mas também os terceirizados e também o funcionalismo público municipal, que tem suas contas vinculadas ao Bradesco. Numa negociação milionária com a Prefeitura de Dourados, o Bradesco comprou a folha de pagamento do município por R$ 22,7 milhões em 2019, com a promessa de contratação de funcionários para melhorar o atendimento a essa clientela específica.
Segundo Edegar Martins, representante da Fetec-CUT/CN (Federação dos Bancários do Centro Norte) na COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Bradesco, que além de ser funcionário do banco também é diretor do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, “o ato é um alerta para que a direção do banco mude a postura, reveja a situação dos funcionários e da sociedade que será penalizada com menos uma agência bancária em Dourados”.
“Essa política de redução drástica de agências causa insegurança aos funcionários em relação à garantia de seus empregos, além da precarização nas condições de trabalho ao concentrar os trabalhadores da agência extinta em outra que já possui o seu quadro funcional. A política de reestruturação implantada de forma unilateral pelo Bradesco tem sido pauta constante na COE do Bradesco e os protestos como esse que estamos fazendo em Dourados tem acontecido regularmente em todo o país”, finalizou Edegar.
Procure o Sindicato em caso de adoecimento
Os diretores do Sindicato de Dourados criticam também o alto índice de bancários adoecidos. A maior parte das licenças médicas na categoria são atualmente geradas por doenças psíquicas no trabalho, causadas pela pressão para o atingimento de metas.
O Sindicato orienta os bancários e as bancárias que procurem a entidade em caso de afastamento por doença, ataque aos direitos ou demissão para que possa dar as orientações necessárias e o devido apoio e acompanhamento. O Sindicato não vai aceitar que o banco que lucrou mais de R$ 101 bilhões só entre 2019 e 2023 siga praticando dispensas e fechando agências.
O Sindicato continuará denunciando e realizando atividades em protesto enquanto o banco prosseguir com essa política de descaso com os funcionários e a população e insistir em não dialogar com os trabalhadores.