Na manhã desta quinta-feira (9), os diretores do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região protestaram contra a pressão constante por metas inatingíveis e assédio moral por parte do Bradesco, que tem levado a categoria bancária ao adoecimento mental. O ato na agência do Bradesco da Rua Barão do Rio Branco, em Campo Grande. Os dirigentes sindicais se reuniram com os bancários antes da abertura da unidade, onde foi relatado a preocupação do sindicato com a atual situação vivida pelos trabalhadores.
Diversos bancários e bancárias do Bradesco estão afastados para tratamento mental, inclusive com internações hospitalares. Há agência em Campo Grande em que 18% dos funcionários estão afastados para tratamento de saúde.
“Nós temos percebido um alto índice de trabalhadores afastados por doenças psicológicas, temos pessoas adoecidas internadas em hospital psiquiátrico. Esse ato hoje é mais uma tentativa de fazer com que o banco entenda a necessidade de dar melhores condições para seus trabalhadores não adoecerem, como tem acontecido nos últimos anos”, destacou a presidenta do sindicato e funcionária do Bradesco, Neide Rodrigues.
Segundo a presidenta do SEEBCG-MS, há vários relatos dos bancários do Bradesco que estão sendo submetidos a assédio moral. “Há denúncia de gestores chamando os trabalhadores de burros e incompetentes por não estar cumprindo a meta. Isso é assédio, isso é crime, e não podemos permitir essa prática abusiva”, disse Neide.
Além do ambiente de trabalho marcado por pressão por metas e longas jornadas, a categoria bancária ainda sofre com a sobrecarga de trabalho, por conta das constantes demissões, o que gera um quadro reduzido de funcionários. O Bradesco finalizou o primeiro trimestre de 2023 com 86.212 empregados, com queda de 1.276 postos de trabalho em doze meses e de 2.169 postos fechados em relação ao trimestre anterior.
“São metas abusivas, além das demissões e do fechamento de agências. O banco demite funcionários e sobrecarrega os que ficam nas agências, e esses sobrecarregados estão sujeitos a cumprir as metas e, por consequência, acabam adoecendo, e depois, o Bradesco demite esses funcionários doentes”, ressaltou o secretário de finanças do SEEBCG-MS e integrante do COE Bradesco, José dos Santos Brito.
O sindicato vai continuar com os protestos e mobilizações até que o Bradesco mude a postura desta gestão abusiva. Além disso, na tarde desta quinta-feira, dia 09 de novembro, os dirigentes sindicais vão discutir o assunto com a Superintendência Regional do Trabalho.
“Temos bancários que estão de licença médica e sem receber salário, por conta dessas mazelas que o Bradesco está aprontando. Por isso, vamos continuar essa luta para defender os direitos dos trabalhadores e contra os abusos que o Bradesco está colocando em prática”, afirmou o integrante do COE Bradesco.
“O sindicato tem tentado dialogar com o banco, mas o Bradesco tem adotado a postura de simplesmente suspender o pagamento do bancário adoecido e sem dar uma assistência adequada a essas pessoas. É inadmissível que o banco coloque o lucro acima da vida”, enfatizou Neide Rodrigues.
O Bradesco lucrou R$ 20,7 bilhões em 2022 e R$ 8,8 bilhões somente no primeiro semestre de 2023.
Em toda a base do SEEBCG-MS, 15% dos bancários estão afastados para tratamento de algum tipo de doença física e psíquica.
Os afastamentos por doenças mentais e comportamentais dos trabalhadores dos bancos representam 24% dos casos no país, embora a categoria corresponda a 1% da força de trabalho. E nos últimos cinco anos, os afastamentos cresceram 26,2%.
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Por: Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS
Fotos: Reginaldo de Oliveira/Martins e Santos Comunicação