Após tomar conhecimento da pretensão do Bradesco de fechar mais uma de suas agências em Dourados anunciada para o dia 21 de junho, os diretores do Sindicato se reuniram com os trabalhadores para prestar solidariedade e dizer que buscará todos os meios possíveis para reverter mais esta política nociva aos trabalhadores, clientes e a sociedade como um todo praticada pela instituição financeira que só entre 2019 e 2023, alcançou lucro líquido de mais de R$ 101 bilhões.
O Diretor do sindicato dos Bancários de Dourados e Região MS e representante da Fetec-CUT/CN na COE do Bradesco, Edegar Alves Martins, lembra que em Dourados “o Bradesco já promoveu a exclusão de duas agências bancárias nos últimos anos, uma sendo transformada em agência de negócios e a outra sendo literalmente extinta. Ou seja, a cidade que tinha quatro agências do banco, passou para duas e agora o banco pretende deixar todo o trabalho das quatro concentrada em apenas uma agência.”
“Um descaso total com os funcionários, clientes e a sociedade em geral, e tudo isso sendo feito de forma unilateral, sem nenhum diálogo com os representantes dos trabalhadores”, disse Edegar.
A reunião com os funcionários nas duas agências do banco envolvidas na “fusão”, foi realizada na manhã da última sexta-feira (19), depois da constatação de que o anúncio do fechamento de mais uma agência no município gerou preocupação aos funcionários e terceirizados que ficaram incertos quanto a garantia de seus empregos e as condições de trabalho. Presentes na reunião, pelo sindicato, o presidente Carlos Longo, o diretor Edegar Alves Martins, o diretor jurídico, João Grandão, além da diretora de relações sindicais, Ivanilde Fidelis.
O Presidente do Sindicato, Carlos Longo, lembra que “o Bradesco em Dourados comprou em 2019 a folha de pagamento dos funcionários da Prefeitura Municipal de Dourados, pagando uma verdadeira fortuna na ordem de 22,7 milhões de reais, quando venceu na licitação os bancos Itaú e Santander, com a promessa de prestar um atendimento de qualidade aos mais de 7 mil funcionários públicos do município.”
“Mas, ao que parece, pela política de reestruturação com fechamento de agências que diminui drasticamente os pontos de atendimento, o Bradesco estava, mais uma vez, buscando apenas os lucros para engordar ainda mais os seus cofres através do sacrifício de seus funcionários e, neste caso, também do sacrifício dos funcionários da prefeitura,” finalizou Longo.
O Diretor Jurídico do Sindicato, João Grandão, lembra que “a orientação para os funcionários é para que em caso de alguma decisão do banco que seja prejudicial ao trabalhador, que o mesmo ou a mesma procure o sindicato imediatamente para darmos as orientações necessárias e o devido apoio e acompanhamento.”
Dados preocupantes
O sistema financeiro brasileiro tem mais avanço tecnológico do que o norte americano e europeu. O Brasil é ponta de lança na tecnologia no âmbito dos bancos. Mas, nada disso é usado para beneficiar os empregados e a economia do país, já que o intuito do segundo maior banco privado em atividade no país e dos demais é fazer mais com menos, ou seja, menos agências e trabalhadores.
Só entre 2019 e 2023, o Bradesco alcançou lucro líquido de mais de R$ 101 bilhões. No entanto, o montante não impediu o banco de encerrar mais de 10 mil postos de trabalho no mesmo período. Enquanto no ano passado, também fechou quase 350 unidades e postos de atendimento no país.
O Bradesco insiste em promover reestruturação eliminando funcionários e castigando os clientes. Tudo de olho no lucro. A política desumana tem sido motivo de denúncia constante do Movimento Sindical. Além de campanhas, as entidades realizam diversas manifestações para chamar a atenção da sociedade.
Sindicato dos Bancários de Dourados e Região-MS