A manifestação em Dourados-MS está sendo realizada na frente da agência 5046 Praça Antônio João no centro da cidade, que permanecerá fechada, inclusive os terminais de auto atendimento, durante toda esta quinta-feira. Com faixas e cartazes, além de carro de som os diretores do sindicato denunciam a postura intransigente e desumana do Banco Bradesco com demissões de pais e mães de família da forma mais cruel possível em plena pandemia.
“O Bradesco já demitiu mais de 1.500 bancários e bancárias em todo o país, só na base do Sindicato de Dourados foram nove demissões, inclusive sendo três só no dia de hoje” denuncia o presidente do Sindicato Calos Longo, lembrando ainda que “as demissões tem sido feitas de forma covarde até por telefone, são pais e mães de famílias que deram grande parte de suas vidas ao banco hoje sendo descartados sem o mínimo de consideração e respeito, inclusive muitos deles prestes a se aposentar e até com problemas de saúde”, diz Longo.
Lucro nas alturas e demissões
Prova de que nada abala o setor financeiro no Brasil e mais um motivo para o movimento sindical manter a luta em defesa dos empregos da categoria é o lucro líquido de R$ 5,031 bilhões do Bradesco no terceiro trimestre. Alta de 29% no comparativo com o segundo trimestre (R$ 3,873 bilhões) o que superou, inclusive, a expectativa da lucratividade do banco, que era de R$ 4,532 bilhões.
Para mascarar o lucro, o Bradesco reservou 5,588 bilhões para créditos de liquidação duvidosa (+de 67,5% ano a ano), sendo R$ 2,6 bilhões de provisões extraordinárias ligadas a perdas potenciais decorrentes da crise do coronavírus. De acordo com a empresa, a PDD é para se preparar para o aumento da inadimplência em 2021.
O segundo banco privado do país tenta justificar as demissões em massa e fechamento de agências, mas registrou crescimento de 6,5% nas receitas com prestação de serviços ante o segundo trimestre. Atingiu R$ 8,121 bilhões. A margem financeira do Bradesco chegou a R$ 15,288 bilhões no período. Uma alta de 3,5% sobre o mesmo período do ano passado, bem antes da crise sanitária.
Governo que priorizou os bancos na pandemia assiste inerte as demissões
Contribuindo negativamente para o agravamento do desemprego que atingiu mais de 14 milhões no país, os bancos já demitiram mais de 12 mil trabalhadores este ano, de acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia.
Isso depois de terem sido agraciados pelo Governo Bolsonaro com a liberação de R$ 1,2 trilhão no início da pandemia da Covid 19, sob o pretexto de evitar falta de recursos e facilitar concessão de crédito. Volume é quase 10 vezes maior do que o movimentado na crise de 2008.
A contrapartida social dos bancos tem sido as demissões em massa e, o governo que não apresenta nenhuma medida de enfrentamento ao desemprego de mais de 14 milhões de pais e mães de família em todo o país, também assiste passivamente a covardia dos bancos ao quais ele encheu os cofres com dinheiro público no início da pandemia.
Aos trabalhadores e trabalhadoras não resta outra saída a não ser enfrentar o descaso dos banqueiros e do governo nas ruas e nas urnas. Em ano eleitoral devemos analisar bem este cenário na hora de exercermos a nossa cidadania nas urnas.
Sindicato dos Bancários de Dourados e Região