O Comando Nacional dos Bancários, assessorado pela Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), esteve reunido com a direção do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para mais uma rodada de negociação da campanha nacional da categoria e cobrou respostas às reivindicações apresentadas pela representação do funcionalismo. A reunião aconteceu em Fortaleza (CE), na sede administrativa do Banco, no Passaré, nesta sexta-feira, dia 16/8.
A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) participa da mesa de negociação, representando os empregados do BNB das suas bases, por intermédio do secretário de Assuntos Jurídicos, Wescly Mendes de Queiroz.
Em resposta às reivindicações apresentadas, a direção do BNB apresentou alguns avanços, relativos à igualdade de oportunidades e cláusulas sociais, entretanto a representação dos empregados cobra uma proposta global que contemple os anseios do funcionalismo nas próximas rodadas, que devem acontecer em São Paulo, nos dias 26 e 28/8. O Banco sinalizou ainda com a possibilidade de uma reunião online, caso haja a possiblidade de novas devolutivas.
Além da proposta anunciada na última negociação (dia 9/8), a concessão de bonificação de 17% a todas as mulheres na pontuação do Promova-se, no quesito “experiência profissional” (e participação mínima em 50% dos entrevistados nas concorrências internas), o Banco trouxe ainda respostas às reivindicações dos trabalhadores no que diz respeito à saúde e bem estar, viabilizando a entrega de atestados médicos via sistema diretamente para análise da Central de Saúde (SESMT), chegando ao gestor só para conhecimento do período de afastamento, evitando constrangimentos e garantindo o sigilo médico. Outra devolutiva diz respeito à educação dos funcionários garantindo que todos os cursos da Trilha de Formação Bancária serão disponibilizados de forma on-line, para todo o corpo funcional, sem necessidade de aprovação do gestor.
“Nós avaliamos como positivo o conjunto dessas devolutivas, que deram respostas a algumas das nossas demandas, entretanto, nós aguardamos a apresentação de uma proposta global, que contemple amplamente a pauta apresentada pelo funcionalismo. Esperamos que na próxima reunião já possamos avançar nessas reivindicações. Os avanços na questão da igualdade, da proteção à saúde, da formação são importantes, mas aguardamos mais respostas e uma proposta que dialogue com os anseios dos funcionários do BNB”, avaliou o representante do Comando Nacional dos Bancários na mesa de negociação e presidente da Fetrafi/NE, Carlos Eduardo.
Além disso, o Comando cobrou novamente um posicionamento em relação a retirada da limitação para pagamento da PLR. O Banco informou que vem envidando esforços nesse sentido e que depende da liberação dos órgãos superiores (Ministério da Fazenda e SEST).
“As entidades sindicais consideram que não é razoável que o governo trate suas instituições de forma diferenciada. O BNB tem de ser tratado da mesma forma que os demais bancos públicos e a retirada dessa trava limitadora seria um passo para essa equidade e uma conquista importante para os funcionários do Banco”, destacou Carlos Eduardo.
“O Banco do Brasil e a Caixa Econômica, há vários acordos específicos, com autorização do SEST e do Ministério da Fazenda, já pagam acima do teto de 6,25% do lucro líquido (25% dos dividendos distribuídos aos acionistas) para cumprir o acordo do setor financeiro, conquistado na CCT da categoria”, completa o coordenador interino da CNFBNB, Robson Araújo.
A Comissão Nacional cobrou também um posicionamento do Banco a respeito da revisão do Plano de Cargos e Remuneração (PCR). A demanda é uma reivindicação constante nas mesas de negociação com o BNB já há alguns anos e, recentemente, logrou uma vitória com a implantação de uma comissão paritária para debater essa revisão.
O Banco admitiu que o PCR tem problemas e se encontra defasado, pois a última revisão foi em 2005 e alguns princípios devem ser observados como interstício, períodos de promoções, pisos e quantidade de níveis. Segundo o Banco, tudo isso está sendo debatido na comissão paritária que ainda não concluiu o relatório final.
O Banco explicou ainda que após a entrega do relatório final por parte da comissão paritária, este deverá ser analisado pelas instâncias internas do Banco para avaliar os impactos e riscos financeiros, atuariais e jurídicos e, por fim, ser enviado para análise do Conselho Diretor da instituição. Após esse trâmite, a proposta deverá ser enviada para os órgãos federais (Ministério da Fazenda e SEST).
“Sabendo da expectativa dos funcionários do BNB sobre o PCR e que o fluxo para a sua implantação ultrapassa a contratação coletiva, é fundamental que as reivindicações da melhoria da carreira tenham sido defendidas através da minuta de reivindicações da categoria”, destacou a diretora do Sindicato dos Bancários do Ceará e integrante da comissão paritária do PCR, Carmen Araújo.
A minuta de reivindicações, aprovada no Congresso Nacional dos Funcionários do BNB, reivindica aumento do número de níveis de 18 para 36, com interstício de 3,5%; piso salarial equivalente ao salário mínimo do Dieese; promoções por tempo de serviço a cada dois anos; promoção por mérito a cada ano; solucionar a situação de quem já está há mais de três anos no nível 18 do atual PCR; enquadramento no novo PCR dos assistentes bancários como analistas bancários; entre outras questões.
A Comissão Nacional solicitou ao Banco o crédito dos valores dos auxílios alimentação e refeição no mesmo dia do pagamento da folha dos funcionários. O Banco alegou que isso geraria um custo adicional importante, pois o montante mensal do benefício é de vários milhões de reais e a antecipação do pagamento em 10 dias resultaria na perda de 1/3 da rentabilidade da aplicação desses recursos.
A representação dos trabalhadores reivindicou ao BNB que o adiantamento emergencial em caso de afastamento de saúde seja feito pelo tempo que for necessário. A Convenção Coletiva dos Bancários prevê o pagamento por até 120 dias, mas já estão aparecendo casos em que o funcionário não consegue agendar a sua perícia no INSS dentro desse prazo e acaba ficando descoberto do benefício. O Banco solicitou à CNFBNB que averiguasse como os demais bancos estão tratando essas questões e ficou de analisar e responder posteriormente.
Os funcionários cobraram ainda uma reavaliação do sistema Convergente, pois as entidades sindicais vêm recebendo diversas reclamações de distorções nas metas, na avaliação, e na forma como o sistema vem sendo utilizado pelo Banco. “Se for o caso, sugerimos a criação de uma comissão paritária para reavaliar o sistema, pois avaliamos que há margem para melhorar o programa e corrigir essas distorções. Podemos contribuir no que for possível, pois conhecemos bem as dores da base e seus efeitos na carreira e na saúde dos funcionários”, analisou o coordenador interino da CNFBNB, Robson Araújo.
Fonte: SEEB/CE