Uma estiagem histórica predomina no país há alguns meses e já secou rios em alguns estados e gerou ondas recordes de calor, castigando a vida dos cidadãos dia após dia. E em Rondônia, em virtude do descaso dos bancos, a rotina dos funcionários do Banco do Brasil e dos empregados da Caixa Econômica Federal, que já não era das melhores, agora está literalmente um “inferno”.

É o que denuncia o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), que tem registrado inúmeros casos de agências da Caixa e do BB com sistema de ar condicionado completamente precário ou até mesmo inexistente.

Nas últimas semanas a diretoria do SEEB-RO fez um levantamento das agências do BB e da Caixa, tanto na capital quanto no interior, e o resultado é alarmante: praticamente todas as unidades apresentam sistema de climatização precário, obrigando os funcionários a trabalharem em verdadeiras “estufas”.

“A situação da agência Nova Brasília (Ji-Paraná) é precária: o ar central está funcionando só na ventilação. Para piorar, as saídas de ar têm um espaçamento muito grande e na parede onde fica 80% das mesas dos colegas não tem saída de ar. Se isso não bastasse, essa parede recebe o sol a maior parte do dia, principalmente à tarde, e essa situação já perdura por um longo tempo. Já na Caixa Ji-Paraná Centro a agência funciona com um equipamento no formato split, ou seja, um mero quebra galho que não resolve o problema e o calor insuportável continua castigando funcionários, clientes e usuários. Na agência do Banco do Brasil de Mirante da Serra a situação também é complicada: ali a empresa da manutenção levou uma peça do ar condicionado para arrumar há três meses e até agora não solucionaram o problema”, detalhou Irineu Almeida, diretor da Regional Ji-Paraná.

O dirigente explica que a empresa que faz a manutenção dos sistemas de climatização das agências do BB e da Caixa é a mesma, que ela chegou a ter 22 ordens de serviço em um único dia, e para atender demanda tão alta, tem feito um serviço altamente precário e insatisfatório.

O caos continua também em outros municípios, como confirmam os funcionários da agência do BB de Rolim de Moura e de Santa Luzia do Oeste.

“Aqui em Rolim 12 ordens de serviço já foram abertas desde julho. O sistema pifa, a empresa vem, arruma do jeito que dá e, em poucos dias, o sistema queima de novo. E assim essa rotina desastrosa continua. E na agência de Santa Luzia não é tão diferente”, descreve Keli Cristina, diretora da Regional Rolim de Moura.

Na agência da Caixa da avenida Vieira Caúla, zona Norte de Porto Velho e que também é palco de muitos problemas de falta de condições de trabalho, diversos aparelhos de ar condicionado estão há meses dentro das caixas (foto abaixo) e até agora, inexplicavelmente, não foram desembalados para uso.

No dia 25/9 o Sindicato fechou (para o atendimento ao público) a agência do Banco do Brasil de Candeias, pois os funcionários há muito tempo sofriam com a precariedade do sistema de climatização que, no dia 23/9, foi completamente inutilizado por conta de uma pane geral. Naquele dia os funcionários foram realocados, provisoriamente, para trabalhar em outras agências do BB.

“Não foi a primeira e nem a última denúncia neste sentido, e infelizmente os bancários do Banco do Brasil e da Caixa em Rondônia estão trabalhando em situações desumanas, em ambientes muito quentes e sem nenhum sistema de ar condicionado decente para promover o mínimo de condições de trabalho para estes trabalhadores. Estamos passando por uma histórica onda de seca e calor extremo, e que isso causa mais problemas nos equipamentos e aparelhos. O banco joga a culpa para cima da empresa terceirizada, que de fato presta um péssimo serviço. Pois então que a substitua, que contrate outra. A responsabilidade de garantir um ambiente minimamente saudável para os seus funcionários é dos bancos, e são eles (os bancos) que tem obrigação de solucionar estes problemas de uma vez por todas”, enfatiza Ivone Colombo, presidenta do SEEB-RO.

“E caso essa situação de descaso dos bancos e o sofrimento dos trabalhadores nas agências, o Sindicato não vai medir esforços para tomar as providências legais necessárias para garantir a saúde dos bancários”, conclui a dirigente.