As estatais são fundamentais para o país, especialmente por possuírem potencial para apoiar a recuperação e o desenvolvimento econômico, social e ambiental em momentos de crise, como a enfrentada no Brasil em decorrência da pandemia. O que não inibe as estratégias do governo Bolsonaro de entregar o patrimônio nacional ao mercado.
A ideia de que Estado é inchado e ineficiente e que empresas estatais são cabides de partidos políticos e interesses privados e não têm a menor importância econômica e social é alimentada há décadas por defensores do liberalismo. No governo de Michel Temer e de Bolsonaro foram ainda mais reforçados para enganar a população e colocar à venda tudo o que for púbico.
Economistas do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apontam que o valor dos ativos, patrimônio líquido e empregos das empresas estão concentrados em poucos conglomerados que atuam nos setores de energia e financeiro. É o caso da Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Os Correios e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares também se destacam no quesito empregos.
Os bancos públicos têm papel essencial na redução das desigualdades regionais. A participação do crédito ofertado pelas estatais é responsável por cerca de 90% do total no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. As usinas controladas pelo Estado fornecem energia hidroelétrica usada como base para a oferta de um serviço essencial. Além disso, a exploração da camada do pré-sal é fundamental para o avanço tecnológico e utilizar a renda extraordinária produzida pela extração de óleo e gás possui importante papel no desenvolvimento do país.