A direção do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) já conhece todas as reivindicações dos trabalhadores. Em reunião realizada por videoconferência na sexta-feira (9), o Comando Nacional dos Bancários, assessorado pela Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), concluiu a apresentação da pauta, debateu com o banco as cláusulas econômicas e espera respostas concretas na nova rodada de negociação marcada para 16 de agosto, na sede administrativa do BNB do Passaré, em Fortaleza, a partir das 10h.
Nessa sexta, os representantes dos bancários cobraram PLR maior, revisão do plano de funções, reavaliação na metodologia de reclassificação de agências, além de questionarem os valores das diárias a serviço. A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) participa da mesa de negociação, representando os empregados do BNB das suas bases, por intermédio do secretário de Assuntos Jurídicos, Wescly Mendes de Queiroz.
Consulta realizada com 47 mil bancários, em todo o país, apontou o aumento real e melhorias na participação dos lucros e resultados (PLR) como temas prioritários para a categoria na campanha nacional 2024.
“Os funcionários do BNB também têm uma grande expectativa sobre a PLR. O banco divulgou o resultado do primeiro trimestre de R$ 500 mi, e nós percebemos que o BNB tem margem para reconhecer a atuação desses funcionários”, disse o presidente da Fetrafi/NE e representante do Comando Nacional dos Bancários na mesa de negociação com o BNB, Carlos Eduardo. “Estamos cobrando a melhoria do pagamento da PLR em todos os bancos. Precisamos ter esse retorno no reconhecimento ao funcionalismo. Nossa expectativa é avançar nesse tema valorizando os trabalhadores”, completou.
“A questão da PLR é uma demanda antiga do funcionalismo. Vemos o empenho de todos os funcionários, mas o reconhecimento com o pagamento da PLR fica preso a uma regra que limita essa valorização”, enfatizou o coordenador interino da CNFBNB, Robson Araújo.
A representação dos funcionários ressaltou que, nos últimos acordos, os funcionários do BNB conquistaram avanços importantes. Mas o limitador ainda é um entrave desagradável e o funcionalismo não pode permitir que o banco seja tratado com diferenciação em relação às demais instituições públicas federais.
A direção do BNB informou que já iniciou conversas com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) sobre o tema, e que é necessária autorização do Ministério da Fazenda. Segundo o banco, as tratativas estão andando e a diretoria tem envidado esforços nesse sentido.
Essa tem sido uma grande preocupação dos funcionários, principalmente quando a reclassificação é para baixo. Muitas vezes, essa queda acontece por situações alheias à atuação das agências e dos bancários, como a reavaliação do mercado onde a agência atua, e isso prejudica o funcionalismo. “Acaba parecendo, para o funcionário, uma punição, pois eles se dedicam, batem metas, e mesmo assim, acabam tendo prejuízo na remuneração” diz Robson Araújo. “Por isso, observamos que é imprescindível uma reavaliação da metodologia de classificação.”
Os representantes do banco informaram que vêm realizando visitas, fazendo avaliações e até realocando agências. Mas ficaram de analisar o tema e dar um retorno.
A Comissão Nacional dos Funcionários considerou que mudar a estrutura física melhora as condições de trabalho, o que é positivo, mas não soluciona o problema. E insistiu que esse modelo de reclassificação precisa ser revisto urgentemente pelo BNB.
“É importante uma resposta mais estrutural sobre o tema para que possamos ver a atuação global do banco sobre isso e atender às demandas sobre reclassificação, pois isso impacta muito o encarreiramento dos funcionários”, destacou Carlos Eduardo.
A representação dos funcionários cobrou uma revisão do plano de funções. Existem diversas distorções no plano atual, tais como: funções do eixo técnico com jornadas diferentes; funções de mesmo nome e mesmas atribuições com remunerações diferentes; funções do eixo negocial erroneamente enquadradas no eixo técnico (mas sem os vários níveis característicos das funções do eixo). Além disso, diferenças importantes de valores entre as funções da Direção Geral e das demais unidades; gerências médias quase se igualando às de analistas. São muitas as distorções que devem ser levadas em consideração pelo BNB e demonstram a necessidade de uma revisão geral para regularizar essas situações.
Os representantes do banco fizeram uma apresentação sobre o plano de funções. Disseram compreender que há imperfeições que devem ser analisadas pela direção da instituição. Os funcionários enfatizaram que estão à disposição do BNB para debater soluções que possam sanar definitivamente as distorções apontadas.
A CNFBNB cobrou que seja refeita a metodologia de reajustes para que as diárias a serviço cubram realmente os gastos dos bancários. Segundo a representação dos funcionários, essas diárias estão muito defasadas e precisam ser revistas urgentemente, de forma a se tornarem condizentes às necessidades dos trabalhadores.
O BNB aproveitou para anunciar o reajuste das diárias no patamar de 8,33%. A Comissão considera que, apesar do reajuste ser uma resposta positiva, ainda é preciso reavaliar os valores das diárias que, mesmo com o reajuste anunciado, ainda são insuficientes.
“A essência do nosso pedido é uma questão de enquadramento. A divisão de custo que separa o Sudeste das demais capitais causa transtornos àqueles que têm de se deslocar para esses locais, pois os valores estão muito abaixo do que é praticado no mercado”, explicou Carlos Eduardo. “É preciso um estudo para alterar o enquadramento dessa tabela, pois os custos cresceram demasiadamente, sobretudo depois da pandemia”, enfatizou.
O BNB ficou de analisar.
Em resposta às reivindicações dos funcionários em relação à igualdade e diversidade, o BNB anunciou uma bonificação de 17% no quesito “experiência profissional” para mulheres. Esse quesito é um dos mais importantes na avaliação do Promova-se e a mudança permitirá o atingimento da paridade entre homens e mulheres em todas as concorrências. “Essa é uma devolutiva muito positiva para as mulheres, pois aumenta o empoderamento delas e potencializa o encarreiramento em comparação aos homens”, destacou a representante do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carmen Araújo.
Fonte: SEEB/CE, com informações da Fetec-CUT/CN