O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil nos primeiros nove meses de 2020 foi de R$ 10,189 bilhões, queda de 22,9% em relação ao mesmo período de 2019. No trimestre, foi de R$ 3,482 bilhões, com crescimento de 5,2% em relação ao 2º trimestre do ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (RPSL) ajustado caiu 4,6 pontos percentuais em doze meses, chegando em 10,3%.
Segundo o banco, o resultado foi impactado pelas provisões para lidar com devedores duvidosos – “PCLD Ampliada”, que aumentou 47,9% no trimestre, mesmo com o baixo índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias (2,4%), que caiu 1,0 ponto percentual em relação a setembro de 2019.
“O Banco do Brasil é uma instituição sólida. Dá lucro e contribui com o Tesouro Nacional. Não há motivos para que o governo e, especialmente, o ministro da Economia (Paulo Guedes) promovam ataques e queiram privatizá-lo. Os ataques e tentativas de privatização servem apenas para enfraquecer o banco e abrir espaço para os bancos privados”, disse a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes. “O país precisa de um Banco do Brasil forte para poder dar continuidade ao que faz de melhor, que é incentivar o desenvolvimento econômico e social por meio do fomento às micros e pequenas empresas, que são as que mais geram emprego, e ao setor agropecuário, principalmente aos pequenos produtores, que colocam o alimento na mesa dos brasileiros”, completou.
A carteira de crédito ampliada do BB cresceu 6,4% em doze meses. No segmento de pessoas físicas, cresceu 6,2%, com destaque para o empréstimo consignado (+15,3%) e o crédito renegociado (+20,1%). No segmento de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 7,9%, com destaque para o crédito voltado às micros, pequenas e médias empresas, que cresceu 10,5%, especialmente na linha de capital de giro (+24,7%). A carteira do agronegócio (que representa 55,2% do segmento no país) cresceu 4,2% em doze meses, chegando a R$ 190,5 bilhões.
A arrecadação com prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 21,3 bilhões, enquanto, as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, totalizaram R$ 16,3 bilhões. Ou seja, apenas com a arrecadação desta fonte secundária, que representa um valor irrisório frente ao total de arrecadação do banco, foi possível cobrir todos os pagamentos aos funcionários do 3º trimestre de 2020 e ainda sobrou 30,5%.
Com relação ao emprego, em um ano (setembro de 2019 a setembro de 2020), o banco fechou 1.766 postos de trabalho e, em plena pandemia (entre março e setembro de 2020) foram fechados 651 postos de trabalho.
“Mesmo sendo sucateado pelo atual governo, o Banco do Brasil mostra toda sua importância para a recuperação econômica e para a retomada do crescimento do país. Mas, age como um banco privado na questão da manutenção do emprego. Não há reposição do quadro funcional. Isso prejudica o atendimento à população e sobrecarrega os funcionários, que acabam adoecendo e, como consequência, afeta ainda mais o atendimento ao público”, observou Fernanda. “O Banco do Brasil precisa, urgentemente, promover um processo de seleção e contratação de novos funcionários. Os dados mostram que se trata de uma instituição sólida e perfeitamente capaz de prestar um bom serviço a população”, concluiu.
Veja a íntegra da análise elaborada pelo Dieese.