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16 de Junho de 2023 às 09:00

Gestão assediadora provoca adoecimento generalizado nos Escritórios Digitais do BB, apontam funcionários


Após dois anos da implantação dos Escritórios Digitais pelo Banco do Brasil, os bancários e bancárias do setor, de escriturário a gerente geral, apresentam quadro de acentuado esgotamento psicológico e físico, com a maioria fazendo uso regular de medicamentos. Os contornos desta dramática realidade foram expostos pelos trabalhadores na plenária setorial realizada nesta quinta-feira (15), em formato híbrido (presencial e virtual).

O Sindicato promove as plenárias setoriais para elaboração de diagnóstico a ser debatido em seminário sobre o Banco do Brasil e para a definição de prioridades em negociações emergenciais com o banco.

Conduzida por Girolamo Bianco, diretor da Fetec-CUT/CN e coordenador do Coletivo BB no DF, a mesa da plenária de funcionários dos Escritórios Digitais foi composta também pelo presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, e pela diretora da Fetec-CUT/CN Aline de Souza Freire. Contribuíram com os debates os dirigentes sindicais: Maria José Furtado (Zezé), secretária de Mulheres do Sindicato; Teresa Cristina, diretora da Fetec-CUT/CN; José Wilson, secretário de Aposentados do Sindicato; Rafael Zanon, secretário de Formação da Contraf-CUT; Jeferson Meira (Jefão), secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT; e Wadson Boaventura, diretor da Fetec-CUT/CN.

Os bancários e bancárias destacaram no diagnóstico as características e a dinâmica de uma estrutura de gestão que leva ao adoecimento generalizado, tanto psicológico quanto físico:

  • Modelo baseado em equipes de 10 pessoas para 10 mil clientes;
  • Equipes incompletas;
  • Redução das equipes por afastamento por doenças e intensificação de cobrança;
  • Metas sem parâmetros e crescentes;
  • Exploração absurda do trabalho, em ritmo acelerado, “sem espaço para respirar”;
  • Lotação de pessoal sem treinamento e preparo prévios;
  • Ausência de perspectiva de carreira, com funcionários aprisionados aos escritórios;
  • Programa Tô Ligado e diversas outras formas de ranqueamento que resultam em retirada de pontos e descomissionamento;
  • Pressão para venda de produtos e para resolução de problemas.

Para Aline Freire, o modelo de gestão dos Escritórios Digitais precisa passar por mudança, urgente. “No mínimo, uma revisão, porque não somos inteligência artificial, não podemos ser comparados a máquinas, como está acontecendo”, enfatizou.

Eduardo Araújo considerou que os relatos dos funcionários e funcionárias dos Escritórios Digitais explicitam um modelo de gestão perverso, com múltiplas formas de avaliação, todas inadequadas. E apontou a remuneração variável (PDG) como um desastre. “É necessário um novo modelo gerencial”, conclui o presidente do Sindicato.

Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília


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