Em estado de greve decretado pelas assembleias realizadas em todo o país na sexta-feira 5, os bancários do Banco do Brasil fazem nova paralisação nacional de 24 horas nesta quarta-feira 10 de fevereiro contra a reestruturação e o desmonte em curso na empresa.Todas as bases da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) aprovaram a greve. A aprovação do estado de greve e da paralisação foi superior a 80% no país.
Tanto o estado de greve quanto a paralisação foram propostos pela Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), como forma de barrar o desmonte e abrir negociação com a direção do banco em relação aos impactos da redução da remuneração, em até 70%, e outros gerados pela extinção da função de caixa executivo, fechamento de agências, postos de atendimento e escritórios de negócios. A negociação é importante também para que sejam conhecidos detalhes do plano de redução da estrutura do banco que continuam fechados a sete chaves.
"Com a nova paralisação, o funcionalismo do Banco do Brasil mostra sua indignação com a reestruturação e com a falta de transparência do banco. E exigem negociação para impedir o desmonte do BB e manter o banco público a serviço do desenvolvimento econômico e social do país", afirma Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN e funcionário do BB.f
“Estamos jogando nossas forças no processo de mobilização e vamos travar uma luta sem tréguas, com nova paralisação e um calendário de atividades para os próximos dias. E vamos seguir com iniciativas que coloquem a sociedade e suas representações, inclusive as institucionais, como MPT, no nosso campo de luta, ao nosso lado, em defesa do BB e dos seus trabalhadores”, reforça Marianna Coelho, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e diretora do Sindicato de Brasília.
Saiba como foram as assembleias nas bases da Fetec-CUT/CN:
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A reestruturação pretende fechar 361 unidades – sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento –, descomissionar centenas de funções e fechar 5 mil postos de trabalho, em um aprofundamento da diminuição do Banco do Brasil.
“Os funcionários mostraram que querem negociar. Exigem que o banco seja transparente com relação ao plano que está em implantação. Queremos saber quantas e quais agências serão fechadas, quantos funcionários serão afetados e o que o banco pretende fazer para que os trabalhadores não sejam, mais uma vez, prejudicados”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
O estado de greve é um alerta para que a direção do banco e o governo se atente para as reivindicações dos trabalhadores e abram negociação para que se evite a deflagração da greve.
“Temos que estar preparados para o pior, pois temos no comando do país um governo que, declaradamente, quer acabar com os diretos dos trabalhadores e que vê o funcionalismo como um problema para seu projeto privatista. Um governo que quer, a qualquer custo, acabar com o Banco do Brasil”, completou a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na CEBB, Fernanda Lopes.
Pressão
Os funcionários estão pressionando o banco para que o mesmo seja transparente e abra negociações com relação ao plano que prevê a demissão de 5 mil funcionários (em plena pandemia), além do fechamento de 112 agências, 242 postos de atendimento e sete escritórios.
Na quarta-feira (3), os funcionários realizaram reunião com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para pedir intervenção do órgão na busca de informações. “Procuramos a intermediação do MPT porque a direção do banco, pela primeira vez, se recusou a nos informar sobre mudanças que afetam os funcionários de forma contundente”, afirmou o coordenador da CEBB, João Fukunaga.
O banco se comprometeu na reunião a submeter a pauta com os pontos destacados pela Contraf-CUT à instância superior e trazer a resposta até a próxima audiência com o MPT, na segunda-feira (8).
Fonte: Fetec-CUT/CN