(Últma atualização: 7h02 de 29/2)
Os funcionários do Banco do Brasil fazem paralisação de 24 horas em todo o país nesta sexta-feira 29, para protestar contra a reestruturação e o desmonte do BB, para atender antiga exigência do sistema financeiro privado. Os trabalhadores do BB nas bases sindicais da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT) aprovaram participar da paralisação em assembleias realizadas na segunda-feira 25. Às 11h haverá tuitaço com a hashtag #MeuBBvalemais.
Veja como foram as assembleias nas regiões Centro-Oeste e Norte:
> Bancários de Brasília aprovam paralisação de 24 horas na sexta 29 contra reestruturação do BB
> Funcionalismo do BB no Pará aprova paralisação de 24 horas nesta sexta
> Mais de 95% dos funcionários do BB no Mato Grosso aprovam paralisação dia 29
> Bancários de Campo Grande aprovam paralisação no Banco do Brasil no dia 29
> Bancários do BB em Rondônia vão parar no dia 29 em protesto contra a reestruturação
> Bancários do BB de Dourados aprovam greve de 24 horas na sexta-feira
> Bancários do Banco do Brasil decretam paralisação no Acre
A reestruturação prevê mais de 5 mil demissões, corte salarial em todos os níveis, fechamento de 400 agências e transformação de outras 300 em pequenos postos de atendimento, ocasionando perda de funções. Grande parte dos R$ 350 milhões de ‘economia’ que o governo pretende gerar com a medida vem do corte da massa salarial.
“Na verdade, não haverá economia, mas perda de recursos com a redução do tamanho do banco público, visando a privatização, o que representa um prejuízo para toda a sociedade brasileira. Mas o funcionalismo do BB não aceita esse desmonte e está se mobilizando em todo o país e buscando apoio da população para reverter mais esse ataque”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN e funcionário do BB.
Mobilização crescente
“Os sindicatos têm passado nas agências, levando faixas e conversando com os bancários, para que a gente faça uma grande mobilização no dia de amanhã, contra essa reestruturação. Só assim iremos forçar o banco a negociar” disse o coordenador nacional da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
O plano que prevê milhares de demissões e fechamento de centenas de agências e outras unidades do BB não foi discutido com os funcionários e seus representantes. A reação à reestruturação vem crescendo desde o seu anúncio, no dia 11 deste mês. Na semana passada, dia 21, houve um Dia Nacional de Luta contra a Reestruturação, que mobilizou funcionários em todo o Brasil. Foram realizadas reuniões nas agências e escritórios, distribuição de uma carta aberta à população, colagem de cartazes e um tuitaço com a hashtag #MeuBBvalemais, que figurou entre os 10 assuntos mais comentados no Twitter.
Para João Fukunaga, a paralisação desta sexta acontece em um momento grave do país, que vive o impacto da segunda onda da pandemia. “É uma luta de dentro do BB para fora, para a população. É uma luta para preservação da vida das pessoas, de quem é grupo de risco. Estamos convocando o pessoal que está em home office a não bater o ponto, para fazermos uma grande mobilização. Essa é uma greve de dentro para fora, por conta, inclusive, da pandemia, da grande parte dos funcionários estarem em home office”, explicou o coordenador da CEBB.
Lucros
Outro ponto destacado por Fukunaga é que, para a direção do BB, a demissão de milhares de funcionários e o desmonte do banco é feito para ampliar os lucros aos acionistas. Na segunda-feira (25), a direção do banco anunciou sua distribuição de dividendos em 2021, em documento enviado ao mercado. De acordo com o documento, o percentual do lucro pago aos acionistas (payout) será de 40%. Sobre o resultado de 2020, o BB aprovou um payout de 35,29%.
“Para a direção do banco, o que vale nessa reestruturação, com a desestruturação de famílias, retirada de comissão, forçando as pessoas a saírem no PDV é o pagamento dos acionistas. é para isso que está sendo feita essa reestruturação. com isso, a gente vê o quanto o funcionário vale para o banco”, completou.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT