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7 de Julho de 2023 às 09:12

Encontro Estadual do BB aponta caminhos de lutas do funcionalismo


Melhores condições de trabalho, igualdade de oportunidades, saúde, combate ao assédio moral, teletrabalho e o papel social do Banco do Brasil foram alguns dos temas debatidos durante o 15º Encontro Estadual do Banco do Brasil realizado virtualmente pelo Sindicato dos Bancários do Pará na noite dessa quarta-feira 05/07, coma presença de bancários e bancárias do BB em diversas regiões do Estado.

Na abertura dos trabalhos houve a saudação das entidades sindicais aos presentes. Rosalina Amorim, ex-presidenta do Sindicato e funcionária do Banco do Brasil, falou pela Contraf-CUT e destacou a importância de o encontro debater temas da mesa permanente de negociação com o Banco. Gilmar Santos, também ex-presidente do Sindicato e funcionário do BB, frisou o atual momento de reconstrução do país e a necessidade de o Banco do Brasil cumprir seu papel social de financiar crédito aos mais pobres, no campo e na cidade. A presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira ressaltou temáticas para além das pautas corporativas do BB, como a Reforma Tributária e a isenção do Imposto de Renda na PLR de quem recebe até R$ 6 mil, o arcabouço fiscal e a COP-30 que será realizada em 2025, em Belém.

Novo tempo e velhas lutas no BB

O debate de conjuntura teve as contribuições do presidente da Fetec-CUT Centro Norte e funcionário do Banco do Brasil, Cleiton Silva. Ele pontuou que essas atividades estaduais com o funcionalismo do Banco ocorrem em todo país, apesar de nesse ano de 2023 não ter Campanha Nacional para fechamento de Acordo Coletivo. Isso porque o Banco do Brasil iniciou um novo tempo de gestão com a volta do presidente Lula, inclusive com a nomeação de Tarciana Medeiros, a primeira mulher negra e lésbica a presidir o banco em 214 anos de história. Diante desse novo tempo, a categoria bancária no BB precisa estar preparada para dar sequência a velhas lutas na instituição.

Dentre essas lutas, Cleiton Silva destacou a necessidade de avanço no que diz respeito à igualdade de oportunidades, sobretudo nesse atual momento em que o governo federal aprovou a pauta da igualdade salarial entre homens e mulheres, pois no BB as mulheres, principalmente as negras, não estão presentes nos cargos de direção, apesar da nova presidenta.

Ele lembrou que em abril desse ano a Comissão Executiva de Empregados (CEE) do Banco do Brasil definiu um calendário de negociações até o final do ano para debater e encaminhar soluções para condições de trabalho, assédio moral, igualdade de oportunidades, dentre outros. Uma grande preocupação da CEE/BB está ligada à saúde dos bancários e bancárias, tendo em vista o alto índice de adoecimentos mentais e afastamentos do trabalho.

“Nosso desafio é fazer esse debate em todo país, sistematizar as demandas, transformá-las em propostas para debater com a direção do Banco do Brasil em busca de um lugar mais saldável, democrático e humanizado para trabalhar. Isso é fundamental para nossa perspectiva fortalecer o caráter público e social do Banco nesse processo de reconstrução do país”, avalia Cleiton Silva.

Gilmar Santos, que foi eleito como suplente do Conselho Deliberativo da Cassi, enfatizou a necessidade de debater a reestruturação das gerências de gestão de pessoas com o Banco.

“Temos muitos problemas as GEPES, o funcionalismo do Banco do Brasil não confia na gestão de pessoas, e isso é um problema sério que precisa ser resolvido. Além disso, precisamos negociar os mecanismos de GDP com o Banco, pois muitos colegas temem nem receber sua PLR. Esses temas são importantes porque contribuem para o retorno da capilaridade do BB em todo país, principalmente nas cidades mais distantes dos grandes centros urbanos”, reivindica Gilmar Santos.

A diretora executiva da Contraf-CUT, Rosalina Amorim, observou que no Banco do Brasil há uma grande lacuna para a ascensão profissional das mulheres, principalmente para as mulheres negras, e é preciso cobrar mais proatividade da direção do BB e da Fenaban nesse sentido. Ela destaca ainda que, de 2010 a 2015, o Banco do Brasil avançava em contratações e chegou a ter um contingente de 114 mil empregados, mas com o golpe de 2016 e com a gestão de Bolsonaro esse número caiu para 84 mil funcionários, com menos agências e mais sobrecarga de trabalho.

“De nada adiante termos uma Convenção ou um Acordo Coletivo que tenha normas de igualdade de oportunidades clausuladas se não houver vontade política da direção dos bancos em promover a oportunidades iguais para mulheres, negos e negras, e a comunidade LGBTQUIAP+ dentro da instituição. Precisamos ser incisivos com a direção do BB nesse debate, assim como lutar por mais contratações e abertura de novas agências como forma de melhorar as condições de trabalho, de saúde, e de atuação social do Banco do Brasil”, propõe Rosalina Amorim.

Muitas propostas foram apresentadas pelos participantes do encontro durante o debate, com destaque para teletrabalho, remuneração, saúde e rede de atendimento da Cassi. Todas as propostas serão sistematizadas pelo Sindicato e remetidas para a CEE/BB poder pautar nas mesas específicas com o Banco do Brasil.

“Agradecemos a participação de todos e todas nessa atividade do Banco do Brasil que encerrou nosso ciclo preparatório para a nossa Conferência Estadual, que correrá agora nos dias 7 e 8 de julho. Acredito que fizemos excelentes debates, muitas formulações e apontamos diversos caminhos de luta por melhores condições de trabalho no BB e em todos os bancos. Agora é seguir firme na defesa dos direitos e dos interesses da categoria do ramo financeiro”, concluiu a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

 

Fonte: Bancários PA


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