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24 de Setembro de 2021 às 18:38

Em reunião com diretoria de tecnologia do BB, Sindicato questiona “convite” de retorno ao trabalho presencial


Na manhã desta sexta-feira (24), diretores do Sindicato participaram de reunião com o diretor de Tecnologia do BB, Rodrigo Mulinari, e o Gerente Geral UE, Paulo André Rocha Alves.

A pauta do encontro foram os problemas advindos da orientação divulgada na última semana pelo BB para que os bancários em home office retornassem ao trabalho presencial.

Primeiro encontro do Sindicato com a nova direção da TI, além de buscar informações, expor os riscos e situações observadas com a decisão de retorno ao trabalho presencial do BB, a reunião também serviu para uma apresentação institucional e organização dos canais de comunicação e negociação periódica das direções em relação a assuntos de interesse dos funcionários da TI.

“Buscamos, de imediato, perguntar o porquê do convite do retorno ao presencial. Curiosamente, a TI é uma das áreas do banco com os maiores percentuais de trabalho na modalidade remota e, pelas informações oficiais, os serviços não sofreram solução de continuidade. Houve, inclusive, aumento da produtividade no período da pandemia”, destaca Sérgio Viana, bancário do BB e diretor do Sindicato.

Para o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, “é muito sensível a decisão tomada pelo banco e pudemos observar nos locais de trabalho e nas inúmeras mensagens enviadas ao Sindicato pelos funcionários o incômodo e insegurança que a decisão causou”.

O dirigente chama atenção para a apresentação dos dados da pesquisa home office recentemente realizada pelo Dieese a pedido do Comando Nacional dos Bancários que aponta a importância dos acordos construídos em mesa de negociação à proteção da saúde e vida dos colegas: “é significativamente visível a diferença no resultado do número de contaminados pela covid-19 entre os bancos que negociaram acordos e que aplicaram os protocolos de isolamento e distanciamento social àqueles que os negligenciaram e, por isso, registraram maiores níveis de contaminados. É com base nesses dados que insistimos numa solução negociada de retorno ao trabalho”, explica Kleytton.

Diretrizes do retorno ao trabalho presencial é proposição do BB

A direção da TI frisou que a decisão de retorno voluntário ao trabalho presencial não é de diretorias, mas sim proposição do Banco do Brasil, leia-se do Conselho Diretor. Foi informado que a intenção do retorno não seria geral, tendo em vista que o protocolo de distanciamento a ser seguido será o de separação e ocupação das baias em formato “x”, de modo a assegurar dois metros de distância entre os trabalhadores.

Na contramão do exposto, a diretoria do Sindicato percorreu vários locais de trabalho ao longo da semana e verificou os riscos de contaminação a que os colegas estão expostos. Desde o não distanciamento adequado até a deficiência do número de elevadores em funcionamento de modo a evitar aglomerações.

Todavia, a informação do retorno ao presencial com adesão voluntária, segundo orientações do BB, seria para os assessores e analistas, ficando os líderes de equipe, gerente de solução e gerente de equipe destacados primeiramente ao ambiente presencial.

Diretor da Secretaria de Formação da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), José Wilson acha temerária a pressão que os funcionários têm recebido para retomarem o trabalho presencial. “Além da própria insegurança diante dos riscos de contaminação, uma vez que a pandemia ainda não está sob controle, a não garantia da cobertura vacinal como condição ao convívio coletivo, a inexistência de um planejamento negociado de retorno ao trabalho com as premissas e protocolo adequados, bem como a desconsideração da situação de dependentes e filhos menores em idade escolar, compõem o quadro de incômodos e incertezas”, aponta o representante dos bancários e bancárias.

Sindicato reforça respeito ao caráter voluntário e às negociações

No próximo dia 12 de outubro, o Banco do Brasil completará 213 anos. A situação de retorno ao trabalho presencial não pode se dar de maneira a colocar em risco a saúde e a vida dos funcionários. Do contrário, a ameaça poderá se consolidar num risco jurídico e de imagem incalculável para o BB.

“Insistimos com a Diretoria de Tecnologia para que o respeito à negociação garanta segurança para que os trabalhadores voltem ao trabalho presencial. Questionamos ainda a situação de não garantia da opção de voluntariedade do retorno ao presencial aos líderes de equipe e relatamos a indisposição e insegurança gerada, inclusive nesse segmento”, reforça Adamour Lobo, diretor do Sindicato e funcionário da Ditec.

Compromissos assumidos

A direção da TI comprometeu-se em analisar e corrigir situações de pressão nas gerências para o retorno ao trabalho presencial. Neste aspecto, o Sindicato reforça os canais de comunicação como chat, e-mail e telefones de modo a possibilitar ao bancário submetido às pressões poder recorrer.

“O compromisso de diálogo e negociação permanentes com o Sindicato ficou assegurado entre as direções da TI e do Sindicato, com nova reunião prevista para os próximos dias para tratar deste e de outros temas de interesse dos trabalhadores. Na ocasião, também apresentaremos os delegados sindicais eleitos, a representação por local de trabalho’, finaliza Kleytton.


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