Notícias

home » notícias

4 de Outubro de 2021 às 07:58

Em reunião com delegados sindicais do BB, Sindicato discute problemas do retorno ao trabalho presencial


A diretoria do Sindicato realizou na manhã deste sábado (2) reunião com os delegados sindicais do Banco do Brasil para debater os transtornos do retorno ao trabalho presencial, conforme convocação feita pela instituição financeira aos funcionários que estão em home office.

Na abertura da reunião, que se deu de forma virtual, o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, enfocou as etapas das negociações que vêm sendo realizadas com o Banco do Brasil até o momento – a última ocorreu nesta sexta à noite – para tratar do tema, demonstrando o descontentamento dos funcionários causado pelo processo de retorno “voluntário” daqueles que estão em home office.

Sindicato reforça: retorno é precipitado

O Sindicato tem defendido em reuniões com o banco que não é o momento de voltar ao trabalho presencial.

“Em todas reuniões temos reforçado as críticas ao modo como a convocação do retorno foi feita, com ameaças de gestores aos trabalhadores que não querem retornar, e que ainda não é o momento de retornar, pois a pandemia do coronavírus (Covid-19) continua, uma média de mortes alta, e com a variante Delta, de alta transmissibilidade, predominando em vários estados, além da baixa cobertura vacinal da população”, destaca Kleytton.

O movimento sindical aponta ainda que trabalho presencial aumenta o risco de contaminação, potencializados na convivência dos ambientes compartilhados, tais como banheiros e cozinhas.

“A importância de um retorno programado, amplamente debatido com os trabalhadores via Sindicato, propiciam protocolos mais adequados e efetivos no combate ao vírus. Neste aspecto, o uso de máscaras PFF2/N95 tem de ser obrigatório e fornecidas pela empresa, de acordo com as determinações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde. Além da necessidade de comprovação da cobertura vacinal, com o respeito aos 15 dias após a segunda dose, e da testagem dos trabalhadores que aceitarem o retorno ao trabalho presencial”, adverte Kleytton.

O movimento sindical ainda reivindica também a proibição da volta dos trabalhadores do grupo de risco e dos que coabitam com pessoas do grupo do risco.

Atuação do Sindicato junto à direção do BB

A direção do Sindicato vem atuando junto à direção e ares do banco desde o primeiro momento do anúncio da medida.

No dia 20 de setembro realizou atividades nos prédios, quando inclusive houve a conversa do presidente do Sindicato com o presidente do BB, Fausto Ribeiro.

Na sexta-feira 24, diretores do Sindicato participaram de reunião com o diretor de Tecnologia do BB, Rodrigo Mulinari, e o Gerente Geral UE, Paulo André Rocha Alves.

No dia 27, o Sindicato dos Bancários de Brasília, a Fetec-CUT/CN e a Contraf-CUT se reuniram com a área de gestão de pessoas do BB, para tratar da matéria.

Funcionários relatam pressão e desconforto nas convocações dos gestores do BB

Os delegados e delegadas sindicais relataram o desconforto que as convocações têm desencadeado. Destacaram também a própria irracionalidade desse processo decisório levado a cabo pelo Banco do Brasil. Foi lembrado que a instituição, em suas decisões, sempre o faz com base em planejamento, estudo e estratégia, e essa decisão de retorno ao trabalho presencial, da forma como foi tomada, sem os devidos cuidados, além dos riscos trabalhistas que podem e devem desencadear (se não houver ajustes por parte do banco), também expõe a imagem do BB de forma negativa.

Nesse aspecto, o encaminhamento da reunião foi no sentindo de alertar destacar um conjunto de orientações que o BB deve observar nesse processo:

• Necessidade da formalização pelo banco do chamado ao trabalho presencial;
• Assegurar a constituição e condições de atuação dos comitês locais de combate à covid;
• Assegurar orientações uniformes do banco em relação ao processo de retorno;
• Revisão criteriosa do protocolo de trabalho presencial;
• Assegurar o não afrouxamento dos protocolos de combate à covid nas agências
• Reforço às premissas do retorno ao trabalho presencial, com exigência da cobertura vacinal completa.

Retorno responsável nos prédios é também defesa das condições de trabalho nas agências

Os representantes sindicais ainda destacaram a solidariedade e atuação conjunta das áreas negocial, estratégica e tática do BB (trabalhadores das agências e prédios juntos pelas condições de saúde e vida).

Nesse ponto, é preciso deixar claro que a luta pelo estabelecimento de um retorno responsável nos prédios é também convergente com a defesa das condições de trabalho nas agências. Pois do contrário, o posicionamento ideológico do banco pode acelerar uma precarização ainda maior nas condições do atendimento nessas unidades, que hoje fazem atendimento contingenciado, podendo passar para um atendimento “normalizado”.

Também nessa linha, a reunião deliberou pela necessidade de destacar a importância de provocar esse debate no Conselho de Administração do Banco do Brasil. Para isso, o Sindicato irá dialogar com a conselheira eleita pelos funcionários, Débora Fonseca, para que essa matéria seja reforça no âmbito do CA.

Pressão e insegurança não são reconhecimentos aos que fortalecem o BB nos seus 213 anos, presidente Fausto

Aspectos sensíveis para a proximidade dos 213 anos do Banco do Brasil, que será comemorado no dia 12 de outubro, a convocação ao trabalho presencial sem o respeito ao planejamento, percepção e participação dos funcionários não pode ser seguida pelo Banco do Brasil.

A reflexão dos representantes dos trabalhadores na reunião deste sábado é um apelo direto ao primeiro gestor da instituição: que o melhor presente a dar ao BB é reconhecer aquilo que faz da instituição o banco dos brasileiros e das brasileiras, que é o respeito ao funcionalismo e a defesa da vida desses trabalhadores.

Alinhamento ideológico com o governo Bolsonaro

“O constrangimento vivido hoje no Banco do Brasil se deve a um alinhamento ideológico da sua direção com o governo Bolsonaro, passando por cima de decisões que deveriam ser de natureza negocial do BB. Isso expõe a imagem do banco e, mais do que isso, a vida dos trabalhadores, de forma inconsequente, uma vez que a continuidade dos negócios, o funcionamento do banco, encontra-se de forma plena, e segundo até mesmo avaliação do banco e dos funcionários, com maior efetividade nesse momento de trabalho remoto que a situação de pandemia forçou”, afirma o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

O dirigente sindical acrescenta que “é importante que os trabalhadores e trabalhadoras do BB entendam as ameaças, os atropelos e até os riscos que a administração Bolsonaro impõe ao banco como instituição pública e, nesse capítulo atual, expondo os trabalhadores por uma decisão completamente inconsequente do ponto de vista de defesa da vida e da saúde dos trabalhadores”.

“Por conta disso, o Sindicato reforça o Fora Bolsonaro deste 2 de outubro, que os bancários e bancárias participem e se manifestem nas ruas e nas redes, independente dos locais onde estejam, mas que manifestem o seu descontentamento com esse governo que comete barbaridade seguidas de barbaridades, e tantos prejuízos tem trazido para o povo brasileiro e para os trabalhadores e trabalhadoras do Banco do Brasil”, arrematou o presidente do Sindicato.

Da Redação


Notícias Relacionadas