Dirigentes da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) e do Sindicato dos Bancários de Brasília, a convite do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, estiveram nos últimos dias 11, 12 e 13 de dezembro em Vitória visitando unidades do Banco do Brasil, dialogando com o funcionalismo e conhecendo de forma mais aprofundada o projeto piloto do Inova Varejo que o BB está implantando no Espírito Santo.
“Visitamos todos os setores e tipos de atendimento do banco em Vitória. Fizemos reuniões com gerentes e também com delegados sindicais, dentro das agências. A insatisfação é quase unânime, porque prioriza a área negocial e a clientela de alta renda, excluindo os de baixa renda, potencializa o individualismo e precariza as relações de trabalho”, avalia Rodrigo Britto, presidente da Fetec-CUT/CN, que foi conhecer o projeto em Vitória junto com Wadson Boaventura, secretário de Saúde e Condições de Trabalho da Federação, e com a diretora do Sindicato de Brasília Gleide Oliveira.
“Enfim, o projeto Inova Varejo não possui condições de ser implementado, atualmente, na rede de atendimento do BB”, acrescenta Rodrigo.
Problemas com a nova proposta de encarteiramento dos clientes, metrificação entre o orçado e realizado, fechamento de postos de trabalho, aumento da sobrecarga de tarefas e do adoecimento do funcionalismo são questões que ficaram nítidas durante as vistorias e reuniões realizadas.
Do ponto de vista da saúde, segundo Wadson Boaventura, “verificamos muita ansiedade, muito medo e incertezas, porque as regras não são claras, os funcionários temem não receber a PLR cheia e as bonificações. E esse modelo, se for estendido para o Brasil vai gerar muitos problemas. Vai gerar adoecimentos por causa da política do medo e precisa ser barrado”.
Goretti Barone, diretora do Sindicato do Espírito Santo, avalia que o Programa Inova Varejo, implementado desde julho em Vitória tem provocado muita angústia e incertezas para os funcionários do Banco do Brasil. “É como trocar o pneu com o carro andando. É preciso aprender a usar uma nova ferramenta de trabalho, atender novos clientes e fidelizá-los e, ainda, cumprir a meta, como se estivesse tudo normal”, diz Goretti.
Não bastasse isso, continua a dirigente sindical capixaba, “foi feito um zeramento inexplicável da produção no 3º trimestre, sendo que essa situação só foi formalizada aos funcionários no dia 10 de dezembro, faltando apenas vinte dias para fechar o 4º trimestre de 2024”.
Ela também destaca a importância do interesse e da visita dos diretores da Fetec-CUT/CN para conhecer o projeto. “Em nossas bases foi muito importante, pois eles puderam perceber in loco a angústia dos bancários. A presença dos camaradas reflete o apoio e a solidariedade que recebemos”, agradece Goretti.
Fonte: Fetec-CUT/CN