Nesta quarta-feira (10), funcionários das agências, postos de atendimento, escritórios e outras unidades do Banco do Brasil paralisaram as atividades contra a reestruturação do banco público. Pela segunda vez em 2021, o movimento alcançou todo o país, em um sinal da rejeição do plano de desmonte da direção do banco, que prevê 5 mil demissões e fechamento de centenas de unidades do BB.
Em Campo Grande, três agências da região central permanecem fechadas durante todo o dia em apoio às paralisações: duas agências na Av. Afonso Pena e uma no bairro Jardim dos Estados.
“A segunda paralisação do Banco do Brasil este ano é para lutar contra a reestruturação que visa fechar agências, mudar a tipologia de algumas unidades e dispensar 5.535 bancários. Esse desmonte impacta diretamente os bancários e a população, que fica sem acesso facilitado ao serviço e com um atendimento precarizado, considerando menor quantidade de bancários. Com a paralisação, queremos abrir um canal de negociação junto ao banco e barra mais esse desmonte”, afirma o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região e bancário do BB, Rubens Jorge Alencar.
As mudanças podem atingir 690 bancários na capital e no interior do estado. Na base do SEEBCG-MS e região, há atualmente cerca de 60 unidades do Banco do Brasil, com a reestruturação, pelo menos, três agências serão fechadas e três serão transformadas em postos de atendimento.
“Estamos cruzando os braços para dizer em alto e bom som que não permitiremos o desmonte do Banco do Brasil. Com a reestruturação, tivemos uma baixa de 52 trabalhadores em Mato Grosso do Sul, um número que não será reposto. O sindicato está firme e forte na luta, dialogando com a sociedade e reivindicando tanto pelo direito do trabalhador quanto da população. Defender o banco público é defender um patrimônio de todos”, destaca o secretário de Assuntos Jurídicos do SEEBCG-MS e bancário do BB, Orlando de Almeida Filho.
Na terça-feira, dia 9, em reunião mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), o movimento sindical se reuniu com a direção do BB para reivindicar a suspensão do descomissionamento de caixas e pedir mais informações sobre o novo processo de reestruturação do Banco do Brasil.
Na primeira parte da reunião, o banco apresentou uma proposta de prorrogação de 30 dias no processo de retirada da gratificação dos caixas, mas condicionou a proposta à assinatura por todas as entidades do acordo de compensação de horas em decorrência da pandemia e do Acordo de Comissão de Conciliação Prévia (CCP), ambos já em negociação com a Contraf-CUT. O banco também exigiu a retirada de ações judiciais em andamento contra o banco.
Na segunda parte da reunião de negociação, ocorrida no mesmo dia, o banco retirou até a proposta que havia feito antes e não deu prazo para que as entidades consultassem os funcionários sobre a proposta apresentada pela manhã.
“Buscamos a mediação do MPT em virtude da não resposta do banco ao nosso ofício que solicitava as negociações, mas, mesmo com a medição, as negociações foram infrutíferas”, explicou secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Gustavo Tabatinga.
O movimento sindical afirma que continuará lutando e cobrando novas rodadas de negociação.
Por: Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS com informações da Contraf-CUT
Fotos: Reginaldo de Olivera/Martins e Santos Comunicação