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28 de Janeiro de 2022 às 17:56

BB: Trabalhadores denunciam falta de segurança e exigem medidas de proteção contra a Covid-19

'É inadmissível o banco retroceder a uma política negacionista que compromete a saúde e a vida dos funcionários e dos clientes', diz Cleiton dos Santos


A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu com o banco, na tarde desta sexta-feira (28), para exigir a aplicação de medidas de segurança contra a Covid-19 e outras doenças virais. O encontro ocorreu em meio ao aumento exponencial de funcionárias e funcionários contaminados em todo o país.

Os representantes dos trabalhadores apontaram que os protocolos de segurança do Manual de Trabalho Presencial não são observados da mesma maneira em todas as unidades. Há também registro de que os funcionários terceirizados, além de não receberem equipamentos de segurança adequados, não são orientados da mesma maneira que os concursados.

Outra denúncia é que os funcionários da Central de Relacionamento do BB (CRBB), de atendimento telefônico, não estão trabalhando com o afastamento de um metro, distância mínima entre duas pessoas para reduzir as chances de contágio, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"É inadmissível o Banco do Brasil, após todo o acerto que foi feito no período mais grave da pandemia em negociação com os representantes dos trabalhadores, chegando a um protocolo que salvou vidas, hoje o que nós vemos é um BB retrocedendo e seguindo uma política negacionista que compromete a saúde e a vida dos funcionários e dos clientes", denuncia Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), também funcionário do banco.

“É um absurdo, na altura dos acontecimentos, que ainda seja necessário sentar com o banco para fazer exigências óbvias pela segurança dos trabalhadores”, lamentou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

Nesta semana, a Covid-19 voltou a ser a principal causa de morte no Brasil. Em entrevista ao portal UOL, o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto destacou que a capacidade de dispersão da variante Ômicron é “absurdamente elevada”. “Nós estamos tendo um crescimento imenso de casos e isso está levando muita gente para o hospital, principalmente aqueles com comorbidades”, completou o especialista.

O banco também foi cobrado pela longa fila de espera no atendimento da telemedicina da Cassi. “O BB tem responsabilidade direta, uma vez que divide a gestão com os diretores eleitos da entidade”, pontuou Fukunaga.

O movimento sindical pede ainda ao banco a rápida implementação das seguintes medidas:

  • Cobrança de passaporte vacinal;
  • Redução do horário de atendimento nas agências;
  • Limitação de entrada dos clientes nas agências;
  • Punição pra quem não usar máscara e para gestor que não orientar;
  • Punição para quem insistir em permanecer no local do trabalho com sintomas ou positivado;
  • Teletrabalho para locais de grande aglomeração e todos dos grupos de risco;
  • Fechamento de agências para sanitização e não apenas higienização;
  • Estabelecimento de critérios para o fechamento das agências em caso de falta de funcionário; e
  • Testagem de casos suspeitos.

O banco disse que irá analisar os pedidos, mas adiantou não haver perspectivas para o trabalho remoto institucionalizado, alegando que a aplicação do teletrabalho poderia criar insegurança no ambiente de trabalho.

“O banco precisa entender que não estamos exigindo a implementação do acordo de teletrabalho por capricho, mas porque é possível ao banco continuar funcionando normalmente com parte dos trabalhadores em home office, como já aconteceu em 2020 e 2021. Agora que os índices de contaminação voltam a aumentar, não entendemos o motivo desta resistência em institucionalizar o teletrabalho, que pode contribuir para proteger não apenas os funcionários, mas também seus familiares”, respondeu Fukunaga.


Fonte: Contraf-CUT


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