Em reunião com o Comando Nacional dos Bancários, realizada na tarde desta quarta-feira (10) após as paralisações que ocorreram em todo o país, o Banco do Brasil se manteve irredutível e não aceitou negociar o fim do comissionamento de função dos caixas, nem o abono dos dias de paralisação em protesto contra a proposta de reestruturação do banco, que prevê 5 mil demissões, o fechamento de 112 agências, de 242 postos de atendimento e sete escritórios. O Comando está indicando uma atenda de atividades para ser debatida nas plenárias que acontecerão nesta quinta-feira (11), além de um tuitaço já para esta quinta, às 11h.
“É um absurdo que, em plena pandemia, um banco público, que apresenta lucro e fornece recurso para o Tesouro Nacional, queira reduzir 5 mil postos de trabalho e os salários de quem vai continuar trabalhando”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Além disso, quer fechar unidades de atendimento, prejudicando duplamente a população que terá menos funcionários para atendê-la e menos unidades que lhes prestem o serviço”, completou.
A reunião do Comando Nacional com a direção do BB ocorreu no final da tarde, após as paralisações e manifestações realizadas em todo o país contra a reestruturação e o desmonte do banco. Houve atividades em todas as bases da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN). Em Brasília, a PM atacou os bancários na garagem do Edifício Sede I do BB, violando acordo entre a direção do Sindicato e a segurança interna do banco sobre como seria a manifestação no local.
Veja como foram as paralisações e manifestações no Centro-Norte:
> Paralisação de combate à desestruturação do BB ganha força em Brasília (Vídeo)
> Fetec-CUT/CN repudia ataque covarde do BB e da PM contra manifestação dos bancários em Brasília
> #MeuBBvalemais: Bancários e bancárias realizam nova paralisação contra a reestruturação
> Em greve, bancários em Rondônia protestam contra a truculência do BB em não negociar termos da reestruturação
> Dia de Luta: Funcionários do BB, em Estado de Greve, fazem nova paralisação de 24 horas no Mato Grosso
> Com agências paralisadas, SEEBCG-MS protesta contra reestruturação do BB
Para Juvandia Moreira, a direção do banco segue a linha entreguista e de arrocho ao trabalho que vem sendo tocada pelo governo Bolsonaro. “Trata-se de um governo declaradamente contra os trabalhadores, que já cortou diversos direitos trabalhistas. Um governo que quer acabar com as empresas públicas e todo o funcionalismo. A população precisa ficar atenta, pois sem os serviços e os funcionários públicos ela contará apenas com o serviço privado, que busca exclusivamente o lucro e, na maioria das vezes, não presta um serviço adequado”, observou a presidenta da Contraf-CUT, ao lembrar do apagão ocorrido em Roraima, onde uma empresa privada foi a responsável pelo apagão e uma empresa pública teve que resolver o problema e os hospitais do SUS, que foram quem atendem a população durante a pandemia causada pelo novo coronavírus.
“Durante essa pandemia, foi a Caixa (Econômica Federal) quem atendeu a demanda pelo auxílio emergencial e foi o banco do Brasil quem concedeu crédito para que não houve houvesse um número ainda maior de empresas baixando as portas”, alertou.
Intensificação do movimento
Após a reunião com o banco, o Comando e a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) permaneceram reunidos e definiram uma série de ações a serem organizadas nas plenárias que serão realizadas nesta quinta-feira (11) por sindicatos de todo o país.
“Estamos às vésperas do Carnaval, mas não podemos deixar que isso nos atrapalhe. O banco já retirou hoje a gratificação dos caixas e o movimento de protesto deve continuar na mesma intensidade. Hoje já houve uma boa adesão à paralisação e demais atividades de protesto. Vamos intensificar as ações para que isso siga numa crescente e leve à mobilização de toda a sociedade contra mais esse descalabro do governo”, disse o coordenador da CEBB, João Fukunaga, lembrado que as mudanças afetam a vida dos funcionários que saem e dos que ficam, devido à sobrecarga de trabalho e possíveis transferências. “Mas, também podem afetar toda a economia, principalmente das cidades que perderão agências e de toda a população, que terá o atendimento prejudicado”, completou.
Mobilização
O Comando tirou propostas indicativas que deverão ser debatidas e organizadas em plenários dos funcionários nesta quinta-feira, mas já definiu um grande tuitaço para às 11h desta quinta-feira. “Todo mundo de todos os sindicatos precisa participar do tuitaço para colocarmos este assunto entre os mais comentados do país”, declarou a coordenadora do Comando Nacional.
Calendário
11/2, às 11h – Tuitaço #BBParado e #MeuBBValeMais
11/2 – Plenárias organizativas
– Manutenção do Estado de Greve
– Ações judiciais contra a desgratificação
– Ações judiciais contra fechamentos das agências
– Ações judiciais pedindo a reclassificação das faltas
– Contato com parlamentares, prefeitos e governadores
– Paralisações
– Ações pontuais
18/2 – Plenárias
19/2 Reunião de avaliação do Comando
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT