Notícias

home » notícias

15 de Setembro de 2023 às 16:53

BB frustra expectativa do funcionalismo ao desconsiderar pauta de reivindicações

Banco diz que as reivindicações dos funcionários sobre Performa e PCS não terão solução este ano. ‘É uma postura inaceitável porque o assédio está aumentando os adoecimentos’, denuncia Cleiton dos Santos


O funcionalismo do Banco do Brasil está extremamente frustrado com a desconsideração da empresa em discutir e atender à pauta de reivindicações apresentada em julho do ano passado visando alterar as medidas prejudiciais implementadas no governo anterior. Na mesa de negociação específica sobre o programa Performa e o Plano de Cargos e Salários (PCS), realizada na quarta-feira (13), a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) criticou a morosidade do banco em apresentar respostas às questões que foram aprovadas pelos trabalhadores no 33º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil realizado em junho do ano passado.

“O que os funcionários estão sentindo, e isso foi explicitado ao banco na mesa de negociações, é que o retorno para todas as reivindicações apresentadas à direção do BB foi incipiente”, critica Cleiton dos Santos Silva, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).

“Na mesa específica desta quarta-feira, quando se esperava que o banco sinalizasse o atendimento de reivindicações apresentadas há tanto tempo sobre as condições de trabalho dentro da empresa, o que ocorreu foi o contrário. Os representantes do BB disseram que os assuntos ainda estão em estudo, que não há perspectiva de resposta ainda este ano e que as negociações ficarão para o primeiro semestre do ano que vem.

O Performa foi criado pelo BB em 2020, com a promessa de que a reestruturação não impactaria no desenvolvimento da carreira de mérito, portanto na diminuição das verbas salariais dos funcionários. Entretanto, não foi isso o que aconteceu. E, desde aquele ano, o movimento sindical vem denunciando os impactos negativos do programa.

“É uma postura reprovável porque esperamos que a mesa de negociação seja o fórum para buscar soluções para as demandas apresentadas pelo funcionalismo”, acrescenta Cleiton.

Na reunião dessa quarta, o banco também não apresentou nenhuma resposta em relação ao PCS. “A única manifestação que o banco fez na mesa foi um pedido para que nós compartilhássemos estudos e reivindicações nossas sobre a questão”, destacou a coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes. “Nossa avaliação de tudo isso é muito negativa, porque estamos a praticamente três meses do final do ano com poucos avanços.”

“A categoria já não aguenta mais a pressão e o assédio moral que continuam dentro do banco, o que está provocando a ampliação de adoecimentos. Nada mudou em relação à gestão anterior. Pelo contrário, o que estamos vendo é o funcionalismo do BB sofrendo com as más condições de trabalho, com a falta de funcionários, com o assédio moral e com os programas de reestruturação provocando redução de salários”, continua o presidente da Fetec-CUT/CN.

“Isso é inaceitável. O que queremos é que o Banco do Brasil assuma uma postura coerente, uma postura de mudança e que traga efetividade às propostas que apresentamos, de forma a pôr fim à insatisfação generalizada no corpo do funcionalismo do BB”, conclui Cleiton.

Funcionalismo exige revogação do Performa

Sobre a declaração do banco de que não haverá solução este ano, os membros da CEBB rebateram, reforçando a exigência pela revogação do Performa, o fim da Verba Temporária Vinculada a Função (VTVF ou, como ficou conhecida entre os trabalhadores, a verba come-come). Além disso, o movimento sindical cobrou a volta das funções de gerente básico e avançado e concordou em auxiliar o banco com subsídios às discussões do PCS, contanto que a CEBB participe do grupo de trabalho que está estudando a questão no banco e, ainda, que esse grupo tenha resolutividade e que sejam apresentados os prazos definidos.

“Infelizmente tivemos uma reunião mais tensa, porque o banco não está tratando a mesa de negociação como um espaço em que tem que chegar com avanços. Em julho nós já havíamos discutido a questão do Performa, problema já reconhecido publicamente pelo banco, mas estamos no final do ano e seguimos sem proposta concreta para solução dessa situação que tanto prejudica os trabalhadores”, pontuou a coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes.

Entenda

•           Prevista inicialmente para o dia 11 de setembro, a mesa de negociação temática sobre PCS e Performa ocorreu nessa quarta-feira, 13 de setembro.
•           O banco não apresentou propostas e nem avanços concretos sobre o Performa e o PCS e admitiu que não há perspectiva de trazê-las nos próximos meses.
•           Sobre o Performa, os trabalhadores reivindicam a revogação do programa que, criado no início de 2017, impactou negativamente na carreira de mérito, portanto ocasionou a diminuição de verbas salariais de funcionários.
•           Em relação ao PCS, que estabelece os critérios de remuneração, os bancários exigem participação ativa no grupo de trabalho do banco que estuda o plano de carreiras e, ainda, que o grupo tenha resolutividade e que sejam apresentados os prazos definidos. 
•           Os trabalhadores pontuaram que a mesa de negociação seja um espaço para avanços concretos em relação à minuta de reivindicações da categoria, entregue ao banco ainda no ano passado.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT


Notícias Relacionadas