Além de serem vítimas do modelo de gestão baseada no assédio e em formas diversas de abusos, impregnado em todas as áreas do BB, os funcionários do Centro de Apoio aos Negócios e Operações de Logística (Cenop) do banco são também alvos preferenciais de ataques que visam fragilizar o movimento dos trabalhadores. Esta foi uma das conclusões resultantes do debate propiciado pela plenária do pessoal do Cenop, realizada na noite desta quinta-feira (6), em formato híbrido (presencial e virtual).
O evento encerrou a série de seis encontros setoriais, semanais, organizados pelo Sindicato desde 24 de maio, envolvendo funcionários das agências físicas, PSOs e Caixas, dos Escritórios Digitais, da Ditec, da Direção Geral e, por fim, do Cenop.
Assim como nas demais plenárias, a coordenação dos debates deste último encontro foi de Girolamo Bianco, diretor da Fetec-CN e coordenador do Coletivo BB no DF, com mediações do presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.
Contribuíram com os debates os dirigentes sindicais: Jefferson Meira (Jefão), secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT; José Wilson diretor do Sindicato e secretário dos aposentados; ambos presencialmente e na forma virtual tivemos os(as) dirigentes: Teresa Cristina e Rafael Saldanha dirigentes da FETEC CN, Paulo Vinícius/Alvaro/Rafael Saldanha dirigentes do Sindicato Bancários DF.
O diagnóstico produzido pelos trabalhadores do Cenop parte da avaliação de que “a cultura do BB foi sequestrada por uma burocracia com ideologia de massacre aos funcionários”, sendo exemplo disso o fato de que o autor do Performa “caiu pro lado e continua na crista da onda na gestão do BB”.
“A gente faz referência aqui, sem citar nome, a um indivíduo que personifica a prática de gestão assediadora e perversa, e que segue intocável, de boa no alto escalão do banco. Com isso demonstramos a todos os outros que a gente sabe quem são eles e vamos combatê-los incansavelmente”, salientou o presidente do Sindicato.
Eduardo Araújo lembrou ainda que Cenop e Cesup sempre foram a vanguarda do momento, junto com os caixas, sempre os primeiros setores a pararem nas greves. “Por sustentarem e fortalecerem nossas lutas, têm sido também os alvos preferenciais dos ataques do banco, visando fragilizar o movimento dos trabalhadores”, concluiu.
Entre os principais problemas apontados pelos funcionários do Cenop estão:
“Terminamos hoje a série de plenárias setoriais convocadas pelo Sindicato. O conjunto de plenárias segmentadas nos deu um reforço de muitas situações de que já tínhamos conhecimento. Constatamos, inclusive, um aprofundamento dessas situações e o surgimento de coisas novas. Conseguimos detalhar melhor a realidade dos funcionários do BB e agora vamos ter um verdadeiro dossiê de uma empresa que é importantíssima para o país, que, inclusive, leva o nome do país – Banco do Brasil -, mas que está adoecida. Precisamos resgatar a valorização do funcionário de uma forma correta e verdadeira, porque esse banco sempre teve condição de dar lucro – ele dá lucro – e não precisa adoecer seus funcionários para atingir lucro, até mesmo para seus acionistas, não há necessidade disso. Então vamos agora estudar a melhor estratégia – ações diretas do Sindicato, ações via comissão de empresa, contato direto e diálogo com gestores e membros da cúpula do banco e, se for o caso, atuar em outras instâncias, com denúncias, por exemplo, no TCU, e com ações judiciais – para atacarmos de frente as situações perversas e embaraçosas que estão levando o funcionalismo ao adoecimento”, destacou Girolamo Bianco.
Jefferson Meira, o Jefão, lembrou que foram colhidas muitas informações, denúncias e reflexões… E pontuou: “Temos um farto material em nossas mãos e buscaremos agora o diálogo com as instâncias do banco em busca de soluções efetivas para as questões que afetam o funcionalismo, que está sendo arrochado e pressionado desde o governo anterior e segue em situação crítica e insustentável. Precisamos sanar de vez os problemas que afligem e adoecem os bancários e as bancárias”.
Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília