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14 de Janeiro de 2021 às 06:00

Bancários de Campo Grande e região debatem impactos da reestruturação do BB


Bancários do Banco do Brasil participaram de reunião virtual realizada pelo Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região (SEEBCG-MS) por meio da plataforma zoom, nessa terça-feira (12), para discutir os impactos da reestruturação anunciada pelo banco.

Durante o encontro, os bancários esclareceram dúvidas, apresentaram preocupações e informações sobre a realidade de diferentes agências e discutiram estratégias para contrapor as medidas de reestruturação, que foram anunciadas na última segunda-feira (11) pelo Banco do Brasil sem qualquer negociação prévia com o movimento sindical.

O debate contou com a participação do presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), Cleiton dos Santos, do coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, da advogada Lúcia Porto Noronha, da presidente do SEECG-MS, Neide Rodrigues, e dos diretores e funcionários do Banco do Brasil, Rubens Jorge Alencar, Luciana Rodrigues e Orlando de Almeida Filho.

O plano de reestruturação prevê o fechamento de agências e outras unidades, além de um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que tem por meta dispensar 5 mil trabalhadores do banco em todo país. As mudanças podem atingir 1.091 bancários da base do SEEBCG-MS.

"Fomos um dos primeiros sindicatos a convocar uma plenária sobre esse assunto porque entendemos que a nossa articulação é urgente e esse é o momento em que a categoria deve estar atenta e unida, junto ao sindicato", afirmou a presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.

Entre as preocupações apontadas pelos bancários estão a alteração da gratificação de função e a extinção do caixa executivo, o fechamento de agências, a situação dos trabalhadores que estão em home office, as ameaças de transferências compulsórias, as regras de adesão ao Programa de Adequação de Quadros (PAQ) e ao Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), a pressão para adesão a esses modelos de PDVs, entre outras questões.

Home office

O coordenador da CEBB, João Fukunaga, explicou que o acordo emergencial com o Banco do Brasil, que prevê o home office, permanece em vigor em janeiro de 2021, conforme decisão do ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal, que considerou que as medidas de isolamento continuam válidas enquanto durar a pandemia e não apenas na vigência do decreto federal de calamidade pública que terminou em 31 de dezembro de 2020.

“Estamos aguardando uma posição oficial do banco sobre isso e sabemos que nesse momento de reestruturação isso afeta diretamente as pessoas, todo mundo está aflito, está preocupado, e o pessoal do home office fica com medo de ser esquecido. Estamos atentos a isso para que não haja um fluxo de volta voluntária desses trabalhadores nesse momento que enfrentamos uma segunda onda forte de Covid-19”, explicou João Fukunaga.

Fim dos caixas

O fim da função de caixa executivo é outra questão que foi cobrada pela CEBB em reunião com a direção do banco realizada logo após o anúncio da reestruturação. “São 4.200 pessoas que serão afetadas por essa decisão da empresa e é uma situação muito preocupante. Estamos estudando alternativas jurídicas e também formas de mobilização”, ressaltou o coordenador da CEBB.

 

Gratificação

Em relação à gratificação, o secretário de Assuntos Jurídicos do SEEBCG-MS, Orlando de Almeida Filho, e a advogada Lúcia Noronha explicaram que a Reforma Trabalhista extinguiu o entendimento da incorporação de gratificação (Súmula 372/TST), mas que poderá ser requerido ao bancário que recebeu o valor adicional por mais de 10 anos  antes da reforma.

“Estamos discutindo as possibilidades judiciais para essa questão da incorporação, como também para garantia de manutenção de praça, para inviabilizar o descenso e a manutenção da questão salarial”, explicou Orlando Filho.

Fechamento de agências

O plano de reestruturação prevê o fechamento de 361 unidades do banco, incluindo agências, postos de atendimento e escritórios em todo o país. A estimativa inicial do SEEBCG-MS é de que 4 agências sejam fechadas e 8 sejam transformadas em postos de atendimento nos municípios da base do sindicato.

 “A reestruturação vai prejudicar a população, não apenas os bancários. Tem município que vai ficar sem agência. Então, vamos mobilizar prefeitos, deputados, senadores sobre a importância do Banco do Brasil. Cada um de nós precisa falar sobre isso, conscientizar a população, cobrar dos parlamentares”, ressaltou a presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.

Privatização

Na avaliação dos dirigentes sindicais, a reestruturação enfraquece o Banco do Brasil como banco público e direciona a instituição para o capital privado, visando a privatização. “Ninguém está imune às mudanças impostas, caixas, gerentes, população, porque o banco será privatizado se não fizermos mobilizações. O atual governo quer um Banco do Brasil que sirva ao agronegócio e não à agricultura familiar. A soja gera riqueza em Mato Grosso do Sul, mas o que põe alimento mais barato na nossa mesa é a agricultura familiar”, avaliou o presidente da Fetec-CUT/CN, Cleiton dos Santos.

João Fukunaga também critica as mudanças que não condizem com o papel social da instituição e as alegações da direção do banco de que a reestruturação é necessária diante da expansão dos canais digitais de atendimento.

“A pandemia mostrou que nós temos inúmeras dificuldades com tecnologia, com internet. Boa parte da população não tem recurso, não tem crédito para utilizar aplicativo do banco. Então, isso é mais uma demonstração de que o banco está se segmentando para atender uma parcela mais abastada, o que não é papel de um banco público. O Banco do Brasil tem uma atuação universal”, afirmou o coordenador da CEEB.

Mobilização

Neide Rodrigues reforçou que o sindicato prepara ações de comunicação e mobilização desde o anúncio da reestruturação e que a participação de todos os bancários do Banco do Brasil é fundamental para impedir que as mudanças ocorram.

“Todos precisam estar atentos às informações divulgadas pelo sindicato. É importante participar das reuniões virtuais, das mobilizações, das redes sociais. E nós, do sindicato, estamos à disposição para receber todas as demandas dos bancários do Banco do Brasil”, ressaltou a presidente do SEEBCG-MS.

Os bancários do BB podem entrar em contato com os diretores do sindicato para tirar dúvidas ou somar forças nesta reestruturação:

Neide (Presidenta):  99262-7533

Rubens (Sec. Geral): 98412-9991

Orlando (Sec. Assuntos Jurídicos): 99268-9975

Luciana (Sec. Patrimônio): 99272-3431

Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do SEEBCG/MS


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