Desde que o Banco do Brasil anunciou uma nova desestruturação, que prevê, além do PDVs, fechamento de agências, perdas de gratificação e redução do papel do banco público, o Sindicato tem empreendido esforços para defender os direitos dos bancários da instituição financeira.
“Na verdade, trata-se de uma completa desestruturação”, dispara o presidente do Sindicato, Kleytton Morais. “Desestruturação é o nome correto, porque o Banco do Brasil tem tratado o assunto com total desrespeito à boa fé negocial, que é o requisito da transparência com a informação”, critica.
A atuação do Sindicato se dá em várias frentes e inclui de visitas a agências a articulações junto a parlamentares e a entidades representativas dos trabalhadores, como a CUT-DF, além de plenária digital e uma grande manifestação.
Presidente do Sindicato convoca bancários para a plenária desta quinta
Nesta quinta-feira (14), entre outras iniciativas, está marcada uma plenária digital que tem como objetivo debater e esclarecer dúvidas do funcionalismo e definir estratégias de enfrentamento à desestruturação. A transmissão poderá ser acompanhada ao vivo pela pelas páginas do Sindicato no Youtube (/bancariosbsb) e Facebook (/bancariosdf).
No vídeo a seguir, o presidente do Sindicato fala sobre as novas medidas anunciadas pelo BB e chama os bancários a participarem da plenária:
Visitas às agências
Nesta quarta-feira (13), as ações contemplaram diligências em agências do DF com o objetivo de dialogar com os funcionários e assim levantar informações sobre o impacto da desestruturação em cada uma dessas unidades, já que o banco tem omitido mais detalhes do processo.
Confira no vídeo o trabalho de representantes sindicais nesse sentido:
Ações no Congresso Nacional
Em outra iniciativa, o Sindicato está articulando com parlamentares ações para proteger o BB como empresa pública e os funcionários de mais esse ataque do governo Bolsonaro. Em ofício encaminhado à deputada federal Erika Kokay (PT) nesta quarta-feira (13), a entidade pede o seu apoio para “auxiliar na mobilização das presidências das Frente Parlamentares Mista em Defesa dos Bancos Públicos e da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional”, além de “discutir, em face da profunda reestruturação anunciada pelo Banco do Brasil, os reflexos dos fechamentos de agências, departamentos e que juntas somam mais de 870 pontos e que em muito afetará a prestação e as condições de prestação do serviços á população em diversos municípios brasileiros”.
Isso porque, segue o documento, “Sabemos a importância da capilaridade do Banco no Brasil e o impacto de tal medida não deve ser subestimado. Além disso os efeitos sobre o emprego e renda que recairão sobre funcionários e demais trabalhadores que prestam serviços ao Banco do Brasil alerta-nos diante de uma reestruturação que – na realidade é uma desestruturação do BB, haja visto, que esse ataque prevê a demissão via programa de demissão com alcance de 5000 trabalhadores”, diz outro trecho do documento.
O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, acrescenta que o Sindicato já vem realizando contato com os presidentes das duas frentes com vistas a firmar tratativas sobre encaminhamentos a tomar sobre o tema.
Sindicato encaminha ofício ao BB cobrando informações
O Sindicato também encaminhou nesta quarta ofício à Diretoria Gestão da Cultura e de Pessoas, Ética e Relações de Trabalho, Negociação Coletiva e Relacionamento com Sindicatos e ao diretor de Gestão da Cultura e de Pessoas do BB, José Avelar Matias Lopes. No documento, a entidade pede que a presidência do banco informe “o teor e o alcance dessas medidas [da reestruturação], em respeito aos princípios constitucionais do valor social do trabalho e da dignidade da pessoa humana, bem como aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, expressamente aplicados às sociedades de economia mista”.
Além disso, o ofício pede esclarecimentos “cabalmente” de pontos como prestação de informações aos trabalhadores que serão afetados, especificando a unidade de lotação, a região e a função exercida, bem como as comissões extintas e os descensos, indicando as funções em que se encontram e as funções em que serão alocados, e a indicação das agências, postos de atendimento, plataformas e escritórios que serão atingidos pelo PAQ, informando aquelas que serão extintas e as que ganharão funcionários e funções.
Reunião na CUT-DF
As ações incluem ainda uma reunião marcada para esta quinta (14) que será promovida pela CUT-DF com representantes de trabalhadores terceirizados do BB (como os do asseio e limpeza e da vigilância) e que também serão impactados direta ou indiretamente pela desestruturação. O objetivo é debater iniciativas para preservar o emprego e os direitos desses trabalhadores.
Renato Alves
Do Seeb Brasília