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1 de Dezembro de 2023 às 15:16

Sérgio Trindade pede fim das demissões e negociação com o Basa em audiência pública na Câmara dos Deputados

Também na audiência, realizada nesta quinta 30, a deputada federal Erika Kokay diz que demissões no Basa é um escândalo


A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) e o Sindicato do Pará participaram em Brasília nesta quinta-feira 30 de novembro de audiência pública da Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados para discutir as “Demissões no Banco da Amazônia (Basa)”. Representados por Sérgio Trindade, secretário de Imprensa da Federação e secretário-geral do Sindicato do Pará, condenaram as demissões compulsórias no Basa e defenderam a manutenção do emprego de todos os empregados, como condição necessária para o banco desempenhar a missão de alavancar o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Assista aqui na íntegra à audiência pública, convocada e coordenada pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), bancária do Banrisul.

"A proposta dessa audiência surgiu dentro do processo de luta que travamos pra combater o processo desencadeado pela gestão anterior do banco que nos colocava uma questão muito séria, não apenas para nós do Basa mas para os outros bancos públicos, que era a demissão compulsória", afirmou na abertura de sua fala na audiência Sérgio Trindade, que também é coordenador da Comissão de Empresa dos Empregados do Banco da Amazônia.

Depois ele fez um histórico sobre o processo de luta dos empregados do banco desde que o Basa decidiu em dezembro de 2021 demitir compulsoriamente todo o Quadro de Apoio, um mês antes de abrir um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para os demais segmentos da empresa. E denunciou que o banco mira agora a demissão do quadro de engenheiros. Saiba mais aqui. 

"Essa ideia permanece e estamos aqui para chamar a atenção disso. Houve o PDV para o quadro de engenheiros e não foi atingida a adesão que o banco queria. Será que agora também o Basa vai adotar uma medida de demissão compulsória para os engenheiros?", questionou Serginho.  

"Não questionamos o PDV. Aí entra o livre arbítrio do trabalhador. O que nós somos contra é com a prática da demissão compulsória. A nossa primeira intenção é chamar a atenção disso. E a segunda é que nós queremos abrir um processo de diálogo com o banco, primeiro pra saber qual o seu posicionamento e depois evitar as demissões arbitrárias e compulsórias contra trabalhadores concursados", acrescentou o dirigente da Fetec-CUT/CE e do Seeb Pará.

‘O que está acontecendo no Basa é um escândalo’

A deputada federal Erika Kokay (PT/DF), que é bancária da Caixa Econômica Federal, manifestou solidariedade à luta dos empregados do Banco da Amazônia. "O Basa, assim como os outros bancos públicos federais, tem papel fundamental a desempenhar no desenvolvimento da Amazônia. Ele atua numa região onde os bancos privados não vão. E não rem dicotomia entre atuação como banco de mercado e banco de fomento. Ele deve tanto disputar o mercado quanto cumprir uma função social, fornecendo crédito de longo prazo e crédito rural, que os bancos privados não têm interesse.”

 Além disso, acrescentou Erika Kokay, o Basa opera o Fundo Constitucional do Norte “e é um banco importantíssimo para o país, principalmente para o desenvolvimento econômico e social da região amazônica. Especialmente num governo como o atual, o banco precisa levar isso em consideração e estabelecer processo de negociação com seus empregados para que eles possam trabalhar com tranquilidade em busca dessa missão. Isso que está acontecendo no Basa é um escândalo".

Acatando sugestão de Erika Kokay, a deputada Fernanda Melchionna anunciou que a Comissão enviará relatório aos órgãos do governo federal aos quais o Banco da Amazônia está subordinado e encaminhará ao presidente do Basa solicitação para interromper o processo de demissões e negociar com os sindicatos. 

O presidente da Aeba (Associação dos Empregados do Banco da Amazônia), Gilson Medeiros Lima, também defendeu os trabalhadores do Basa e ressaltou o papel estratégico da instituição pública. "Temos um bem público precioso para promover o desenvolvimento sustentável da região amazônica e por isso precisamos defendê-lo como instituição pública, o que implica defender também seus empregados, imprescindíveis para atender os clientes e os pequenos produtores da Amazônia." 

Participaram ainda da audiência pública como palestrantes Jussara Valadares, diretora de Política de Pessoal e Previdência Complementar de Estatais do Ministério e da Inovação em Serviços Públicos; Marla Silva Brito, diretora do Sindicato dos Bancários do Maranhão; Wellington Marques da Fonseca, gerente da Central de Contencioso Trabalhista do Banco da Amazônia; e Andrea Gonçalves dos Santos, diretora do Sindicato dos Bancários do Amazonas.

Na quinta-feira à noite, Serginho, o presidente da Aeba e as diretoras dos sindicatos dos bancários do Maranhão e do Amazonas reuniram-se com o senador amazonense Eduardo Braga (MDB), na foto abaixo, em busca de apoio na luta em defesa do Basa e de seus empregados.

Leia também:

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Fonte: Fetec-CUT/CN


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