Não era dessa forma que os empregados e empregadas do Banco da Amazônia gostariam de aproveitar as festividades do Círio de Nazaré, em Belém, mas diante da ameaça de demissão em massa de 145 trabalhadores e trabalhadoras do Quadro de Apoio do Banco da Amazônia, o jeito foi levantar cedo nessa terça-feira 05/10, vestir roupa preta e fazer um protesto na matriz do banco com muito barulho e indignação contra mais um ataque do Governo Bolsonaro à categoria bancária na instituição.
Com uso de carro som, faixa, boletim informativo, balões e camisas pretas, o Sindicato dos Bancários do Pará, Fetec-CUT Centro Norte, Contraf-CUT e AEBA, junto com um expressivo número de bancários e bancárias denunciaram a decisão unilateral e arbitrária da direção do banco de querer demitir todo o Quadro Apoio da instituição em plena pandemia, com alta da inflação, desemprego, carestia alimentar dentro da crise econômica que cresce diariamente na gestão Bolsonaro.
“Não é de hoje que a direção do Banco da Amazônia demonstra seu desprezo ao Quadro de Apoio. Temos feito lutas constantes pela inclusão desse segmento no Plano de Cargos e Salários, por exemplo, mas sempre encontramos resistência por parte da direção aos nossos apelos. Estivemos agora, todos os empregados, de todos os segmentos da instituição, irmanados na luta contra a MP 1052 pela sobrevivência do banco e a resposta que o Banco da Amazônia dá aos seus empregados é a demissão em massa do Quadro de Apoio. Não vamos aceitar essa postura autoritária e seremos resistência em defesa do emprego na instituição”, declara o coordenador da comissão de empregados do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade, que integra o Quadro de Apoio do banco.
Organizando a resistência
A manifestação foi construída coletivamente durante as reuniões digital e presencial que o Sindicato dos Bancários do Pará realizou na segunda-feira (04) com o Quadro de Apoio do Banco da Amazônia. Essa foi a primeira de uma série de mobilizações que serão feitas contra as demissões e em defesa do emprego no banco.
“O Banco da Amazônia não pode tratar o Quadro de Apoio como se fosse um lixo descartável. Esse segmento é formado por bancárias e bancários concursados, que dedicaram sua vida pelo crescimento e fortalecimento do banco, que se dispuseram a ir para os rincões do interior da Amazônia ajudar a abrir agências, a instalar o sistema de telecomunicação do banco, muitos inclusive já assumiram até função de gestão e agora são tratados como um segmento em extinção, sem serventia para a instituição. O problema está na gestão do Banco da Amazônia que não sabe aproveitar seu quadro de apoio e não vamos aceitar demissões em massa em um banco público federal em plena pandemia”, afirma o diretor jurídico do Sindicato dos Bancários do Pará e empregado do Banco da Amazônia, Cristiano Moreno.
A luta não para!
O próximo passo da categoria será a realização de uma ocupação das redes sociais na quinta-feira, 07/10, para denunciar a tentativa de demissões em massa no Banco da Amazônia.
Na próxima semana, a intenção é realizar um Dia Nacional de Luta em defesa do emprego na instituição.
Outra medida que será feita pelas entidades sindicais será o envio de carta aos parlamentares da Assembleia Legislativa do Pará e da bancada paraense na Câmara dos Deputados e do Senado, para denunciar o caso e cobrar um posicionamento político em defesa dos bancários e bancárias do Banco da Amazônia.
“Deixamos claro para o Banco da Amazônia que não aceitamos negociar demissão em massa de seus empregados e que vamos utilizar todos os recursos que estiverem ao nosso alcance para denunciar essa decisão arbitrária e covarde de demitir o Quadro de Apoio ou qualquer outro segmento profissional dentro da instituição. Nossa mobilização será permanente e vamos envolver toda a categoria bancária, buscar apoio das centrais sindicais e de outros sindicatos, parlamentares e toda a sociedade em defesa do emprego no Banco da Amazônia”, conclui a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.
Fonte: Bancários PA