Unidos pelo mesmo objetivo: resistir para impedir a demissão de 145 bancários e bancárias do Quadro de Apoio (QA) do Banco da Amazônia. E foi essa resistência que quem passou em frente à matriz do banco, na manhã desta sexta-feira (14), viu ou ouviu.
“Nesse lugar de falar; não só como dirigente, mas como parte do Quadro de Apoio, falo para toda a direção dessa empresa ouvir que não negociamos demissão, que é inadmissível o que esse banco alinhado com o atual governo quer fazer não só com a gente, mas com todo o funcionalismo das estatais. A luta está armada e travada, e não ser uma decisão fácil para o Banco da Amazônia, tomar”, avisa o coordenador da Comissão de Empregados do banco e integrante do QA, Sérgio Trindade.
O primeiro ato público do ano faz parte de um calendário de lutas permanente e em construção entre Sindicato dos Bancários do Pará, Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte(Fetec-CUT/CN), Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (Aeba) e todos os demais sindicatos onde tenha unidade em funcionamento do Banco da Amazônia.
Sem previsão legal para subsidiar a decisão administrativa das demissões, o calendário já apresentado pelo banco é de que até o mês de agosto ocorra todos os desligamentos dos membros do Quadro de Apoio.
“Nós não estamos numa corrida, estamos numa maratona; a gente precisa manter essa luta acesa, precisa manter o fôlego; eu falo isso porque os colegas que foram na última reunião lá no Sindicato, sentiram a falta de muitos de vocês; e quanto maior for a participação de todos que fazem parte do Quadro, maior pode ser o efeito dessa luta na decisão da diretoria do banco, por mais que ela tenha repetido várias vezes que não vai mudar a deliberação tomada de forma unilateral. Seguimos lutando em todas as esferas possíveis para impedir o desligamento de pais, mães e responsáveis de várias famílias que tiveram boa parte da história de vida construídas aqui”, destaca a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.
Arnaldo Guimarães é um desses pais que há quase 37 anos faz parte do Quadro de Apoio e não consegue esconder o sentimento de frustração e decepção. “Nesse momento, como os demais colegas nossos, se sentem muito triste, muito triste mesmo, envergonhado até perante nossa família, porque essa atitude que essa diretoria do banco tomou, eles esqueceram que nós, a maior parte da nossa vida, demos aqui nessa instituição Banco da Amazônia. Nós em 85, fizemos prova de matemática, português e conhecimento bancário e passamos pro quadro funcional do banco. Então é injusto o banco, essa atual diretoria aí está sendo injusta com a gente. Mas assim eu acredito em Deus, eu acredito no Sindicato, na Aeba; e acredito em Maria, Maria vai reverter isso aí e vai dar tudo certo”, desabafa.
Além da notícia das demissões do Quadro de Apoio, o Sindicato também tem recebido denúncias de assédio moral sofrida pelos membros do QA. O diretor do Sindicato que também faz parte do Quadro de Apoio lembrou que a entidade está em plena campanha contra tal assédio. “É importante que vocês a partir de agora assumam essa obrigação de filmarem, que vocês gravem, que isso serve de prova pra gente contra o assédio moral aqui na empresa”, orienta.
. No dia 29 de setembro, durante mesa de negociação, o Banco da Amazônia comunicou o Sindicato sobre os desligamentos compulsórios;
. Em outubro teve reunião virtual com o QA para organizar a luta, do dia seguinte, dos empregados e empregadas do Banco da Amazônia para barrar a demissão em massa do segmento. Rolou também, no mesmo mês, um tuitaço com objetivo de denunciar ao mundo a demissão em massa;
. Ainda em outubro, Sindicato e Fetec-CUT/CN reuniram-se com o senador Paulo Rocha (PT/PA), em Belém, em busca de apoio no Congresso Nacional contra os desligamentos. Participou também a AEBA, a convite das entidades.
. O ano passado terminou e 2022 começou com reunião presencial, na sede do Sindicato, com membros do Quadro de Apoio para atualização do que vem sendo feito e construção do que vem pela frente.
. E ontem (13), de forma remota, Sindicato tentou mais uma vez reverter os desligamentos.
Fonte: Bancários PA