Nesta terça-feira (16), a presidência do Banco da Amazônia emitiu um comunicado com informes sobre várias ações do banco, entre eles a previsão de pagamento da Participação dos Lucros e Resultados referente ao exercício de 2020.
No documento, a empresa diz que deve divulgar o resultado do ano passado na próxima semana, dia 22, e depois de um mês, 22 de abril, está agendada a Assembleia Geral Ordinária de Acionistas, quando devem ocorrer os pagamentos dos acionistas e que será feito “todo o esforço para que a PLR 2020 seja também paga até final de abril”.
“O calendário cumpre o prazo estabelecido no Acordo da PLR do banco, mas levando-se em consideração que o banco já possui os valores estimados referentes ao exercício naquele ano, e principalmente diante do cenário em que o país vive não somente da crise sanitária, mas também do aumento nos itens da cesta básica, remédios e combustíveis, é de bom senso e necessário, a antecipação do respectivo pagamento que é aguardado ansiosamente por todo o funcionalismo”, destaca o diretor jurídico do Sindicato e empregado do banco, Cristiano Moreno.
No mesmo dia em que o Banco da Amazônia emitiu o comunicado, o Sindicato dos Bancários enviou ofício à instituição financeira solicitando que o banco realize o pagamento, de forma antecipada e em caráter de urgência, até o final do mês de março.
Ainda de acordo com o documento, a entidade sindical ressaltou que o lucro da empresa teve como “fato gerador, principalmente, os esforços desprendidos pelos empregados dessa r. instituição”.
“Nossos colegas, seja em teletrabalho ou presencial, mas principalmente aqueles que correram o risco e ainda correm de contaminação ou reinfecção, mesmo com todos os cuidados e medidas de prevenção sendo garantidos; merecem e precisam da antecipação da PLR que não deixa de ser uma boa notícia diante de tantas ruins e difíceis que somos bombardeados diariamente pelas redes sociais ou noticiários. Esperamos que a direção do banco tenha essa sensibilidade e atenda nosso pedido que é também de todo o funcionalismo”, afirma o secretário geral da entidade e também empregado do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.
Neste ano, em razão da pandemia da Covid-19, o Conselho Monetário Nacional limitou através da Resolução 4885 o limite de pagamento de dividendos a 30% do resultado.
A distribuição da PLR pelo Banco da Amazônia é feita da seguinte forma: 9,25% do lucro líquido do banco, sendo 6,25% referente ao módulo básico e 3% ao módulo social; 40% do montante apurado é repartido de forma linear e os outros 60% é proporcional à remuneração.
Em dezembro do ano passado, depois de decisão judicial, ação movida pelo Sindicato, a PLR de 2017 voltou a ser tema de mesa de negociação com o banco após várias tentativas da entidade sindical em resolver o impasse que segue até hoje.
No entanto, na última reunião sobre o assunto, o banco sinalizou a possibilidade de pagar a parte incontroversa, ou seja, o módulo básico de 6,25% do lucro líquido, que é a parte que não está em discussão em razão do consenso entre as partes. Assim, o Sindicato apresentou uma proposta que não traria prejuízos à tese levantada pela entidade na justiça, mas que possibilitaria a liberação de parte do recurso que está sendo discutido judicialmente, para que, assim, pudesse ser feita a discussão entre a empresa e as entidades representativas de classe nos pontos sem consenso, que é o módulo social. Contudo o banco ainda não respondeu às entidades.
Em 2018, o banco pagaria apenas 2,59% do módulo social de 2017 (conforme acordo coletivo, a regra estabelece que seja 3%). Na época, segundo a empresa, a PLR Social teria atingido índice de 94,74%, e por isso o pagamento seria abaixo do percentual referente ao respectivo módulo.
Fonte: Bancários PA